Portugal juntou-se, pela primeira vez, ao movimento internacional Go Blue, promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, que convida cidades e instituições de todo o mundo a iluminarem de azul edifícios simbólicos para assinalar o Dia Universal dos Direitos da Criança.
De Lisboa ao Funchal, passando por Sintra, Évora, Coimbra, Leiria ou Famalicão, 21 cidades portuguesas aderiram com monumentos e edifícios emblemáticos este 20 de novembro, transformando-os em faróis azuis pela defesa dos direitos das crianças.
Portugal ratificou Convenção há 35 anos
Em entrevista à ONU News, a diretora executiva do Unicef Portugal, Beatriz Imperatori, sublinha que a data é mais do que uma celebração simbólica.
“Assinalar este dia é relembrar o valor e a importância dos direitos da criança, que são e devem ser universais.”
O dia 20 de novembro celebra a Declaração dos Direitos da Criança de 1959, que reconheceu o direito de todas as crianças à proteção, educação e cuidados e a Convenção sobre os Direitos da Criança de 1989, que responsabiliza os Estados por garantir a sua sobrevivência, desenvolvimento, proteção e participação.
Além disso, 2025 marca os 35 anos desde que Portugal ratificou a Convenção, um dos tratados internacionais mais consensuais da história, como explica Beatriz Imperatori.
“Portugal foi um dos primeiros países a rapidamente aderir à Convenção. Isso tem em si também um valor simbólico”.
Azul como farol
O movimento Go Blue já iluminou cidades como Nova Iorque, Paris, Istambul ou Sidney. Agora, Beatriz Imperatori afirma que chega a Portugal com o propósito de tornar visível aquilo que, por vezes, se esquece.
“Uma imagem vale mais que mil palavras. É quase um farol que se acende e que deve iluminar todos os territórios, lembrando que têm que ser territórios que vivem e que realizam em pleno os direitos da criança.”
A diretora executiva do Unicef Portugal considera que a adesão dos municípios reforça esse compromisso coletivo.
“Estas cidades querem juntar-se também elas próprias como um farol, dizendo: ‘nós estamos aqui, estamos presentes pelas crianças’. Temos este dever de solidariedade por todos.”
Castelo de Lanhoso em azul
Desafios urgentes em Portugal
O Unicef identifica três áreas em que Portugal precisa de trabalhar rapidamente para garantir os direitos das crianças: risco de pobreza, violência e alterações climáticas.
Beatriz Imperatori revela que uma em cada seis crianças em Portugal vive risco de pobreza. “É muito alto para um país como o nosso. Temos que trabalhar aqui.”
Prevenção da violência
Já quanto ao tema da violência, a diretora executiva do Unicef defende que é preciso apostar na prevenção.
“Temos posto muitos recursos no que acontece depois da violência. Temos de pôr o foco na prevenção. É possível começando a trabalhar, mesmo antes do nascimento, com as mães, com os pais, dando-lhes competências.”
Teatro Garcia Resende em Évora, Portugal
Impacto das alterações climáticas
Outra preocupação, explica Beatriz Imperatori, é o impacto crescente das alterações climáticas, que atinge com particular força os mais novos.
“Portugal está particularmente exposto aos efeitos das alterações climáticas e aqui uma dimensão muito importante é dar aos alunos, às escolas, aos professores, mais informação, mais capacitação, para que as crianças, conheçam melhor o que é isto das alterações climáticas e o que podemos fazer para prevenir e para combater os efeitos das alterações climáticas da sua origem”.
Num mundo onde muitos direitos antes considerados garantidos estão hoje sob pressão, a Unicef pede que não se baixe a guarda.
*Sara de Melo Rocha é correspondente da ONU News em Lisboa.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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