Países de língua portuguesa abriram e fecharam debate anual na Assembleia Geral

A 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU ficou marcada pela participação de 192 líderes mundiais, com presença lusófona na abertura e no encerramento.

o Brasil inaugurou o debate, como dita a tradição desde 1955, com a exceção de 1983 e 1984, e Timor-Leste teve a última palavra, encerrando a sequência de discursos no dia 29 de setembro.

Discursos que abriram e fecharam o plenário

Entre os temas mais abordados estiveram os conflitos em Gaza e na Ucrânia, a crise climática e as reformas necessárias na organização. O evento contou com a presença de 3,3 mil jornalistas credenciados.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro chefe de Estado a subir no púlpito de mármore verde, reforçando a defesa da paz, do desenvolvimento sustentável e da cooperação multilateral.

No encerramento o embaixador de Timor-Leste junto à ONU, Dionísio Babo Soares, trouxe a perspetiva de um dos países mais jovens da comunidade internacional, destacando o valor do multilateralismo e o direito à autodeterminação.

O discurso mais longo e o mais curto

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proferiu o discurso mais longo dessa sessão, ao falar durante 57 minutos e 16 segundos. Ele criticou a ONU e os aliados europeus, qualificando suas políticas migratórias e energéticas de destrutivas e defendendo uma abordagem unilateral sob o lema “Estados Unidos Primeiro”.

Já o primeiro-ministro da Bélgica, Bart De Wever, fez o discurso mais curto, com apenas 6 minutos e 44 segundos, defendendo a reforma da ONU e destacando o aumento do investimento belga em defesa.

A questão de gênero e a próxima liderança

Dos 194 oradores, 168 foram homens e apenas 24 mulheres, incluindo oito chefes de Estado e três primeiras-ministras. 

Algumas delegações aproveitaram o momento para defender que o próximo secretária-geral da ONU seja uma mulher. O Chile chegou a anunciar a candidatura da ex-presidente Michelle Bachelet.

Balanço da sessão

No total, 194 representantes discursaram na Assembleia Geral, incluindo 189 Estados-membros, o secretário-geral António Guterres, a presidente da sessão, Annalena Baerbock, e três observadores permanentes: Palestina, Vaticano e União Europeia. Quatro países não marcaram presença: Afeganistão, Mianmar, El Salvador e Seicheles.

A semana, que coincidiu com o 80º aniversário da ONU, consolidou o lugar dos países de língua portuguesa como vozes de peso no debate global, abrindo e fechando simbolicamente uma das sessões mais importantes da diplomacia internacional.