As Nações assinalam nesta terça-feira o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.
A data é marcada num contexto em que o tipo de violações de direitos humanos continua a ser um dos mais generalizados no mundo, e em que o ambiente digital se tornou um dos principais palcos dessa violência.
Compartilhamento de imagens íntimas
A propagação de perseguição online, discursos de ódio e compartilhamento não consensual de imagens íntimas mostra como a tecnologia amplia práticas abusivas e a incentivar ataques cada vez mais sofisticados.
A campanha deste ano, Una-se pelo Fim da Violência Digital contra Mulheres e Meninas, procura mobilizar governos, empresas tecnológicas, financiadores, organizações feministas e toda a sociedade. Para o secretário-geral, António Guterres, proteger mulheres e meninas online é hoje indispensável para garantir a sua segurança fora da tela.
O secretário-geral da ONU, António Guterres
Mensagem do secretário-geral
Na mensagem deste dia, Guterres sublinha “não podemos permitir que os espaços digitais sejam mais um lugar de insegurança para mulheres e meninas”.
O líder das Nações Unidas qualifica a violência digital como “um flagelo global”, agravado pela velocidade e alcance da tecnologia. O secretário-geral alerta para o crescimento acelerado de assédio online, deepfakes, discurso de ódio e conteúdos misóginos, que passam rapidamente da margem para o centro do debate público.
A mensagem lembra também que a violência que começa no digital pode transformar-se em violência física; desde perseguição e chantagem até agressões e femicídio. Guterres apela a que os Estados criminalizem a violência digital e reforcem o apoio às sobreviventes; às empresas tecnológicas, que garantam plataformas seguras e responsabilização; e às comunidades, que adotem tolerância zero perante o ódio online.
Recordando o 30.º aniversário da Declaração e da Plataforma de Açao de Pequim, ele afirma que garantir a segurança digital das mulheres é agora essencial para a igualdade de gênero.
O secretário-geral defende que “só unidos poderemos construir um mundo onde todas possam viver sem medo e prosperar”.
Violência digital afeta milhões
A violência digital tem aumentado devido a regulamentação insuficiente, ausência de reconhecimento legal em muitos países, anonimato dos agressores, impunidade das plataformas e novas formas de abuso impulsionadas por inteligência artificial.
As sobreviventes sofrem impactos prolongados que vão da saúde mental ao abandono profissional e à retração na participação cívica e política. Ativistas, jornalistas, defensoras de direitos humanos e mulheres com visibilidade pública estão particularmente expostas a campanhas coordenadas de ódio, difamação e ameaças.
Dados recentes revelam a gravidade do problema: milhões de meninas são vítimas todos os anos de exploração sexual digital.
Estima-se que 38% das mulheres já sofreram violência online e menos de 40% dos países dispõem de leis que as protejam contra assédio ou perseguição digital, deixando cerca de 1,8 bilhões de mulheres e meninas sem qualquer proteção legal.
Impactos acrescidos recaem sobre quem enfrenta discriminações interseccionais, como racismo, capacitismo ou preconceito contra a identidade de gênero ou orientação sexual.
Violência online tem uma série de repercussões: nove entre 10 mulheres confirmam que prejudica seu senso de bem-estar
16 dias de ativismo para travar o abuso digital
A campanha Unite, que acontece de 25 de novembro a 10 de dezembro, convoca governos, empresas tecnológicas, doadores, organizações feministas e cidadãos a assumir compromissos concretos.
Entre as prioridades estão aprovar legislação eficaz, garantir plataformas seguras, remover conteúdos prejudiciais, financiar redes de apoio e reforçar a educação digital.
A iniciativa destaca formas de violência como cyberbullying, perseguição online, deepfakes, grooming, catfishing, doxxing e exploração sexual digital, lembrando que o abuso no ecrã pode transformar-se em violência fora dele.
Com o lema global “Não tem Desculpa”, a campanha pretende transformar a indignação coletiva em ação sustentada. O objetivo é assegurar que o mundo digital se torne um espaço seguro, inclusivo e livre de violência para todas as mulheres e meninas.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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