Um relatório de um grupo de especialistas e peritos* em direitos humanos alerta para o que chamam de “criminalização da expressão artística, linguística e acadêmica” a minorias e a membros da etnia uigur, na China.

Eles apelaram às autoridades chinesas para garantirem proteção plena às comunidades afetadas dizendo que a “identidade cultural, criatividade artística e trabalho acadêmico estão a ser tratados como ameaças à segurança nacional”. Para os peritos, as medidas representam uma violação grave dos direitos humanos.

Caso de artista condenado

Um dos exemplos mencionados é o de Yaxia’er Xiaohelaiti, conhecido como Uigga, um jovem cantor de 26 anos condenado a três anos de prisão sob acusações de “extremismo”, no ano passado.

Segundo os especialistas, as acusações foram baseadas na sua produção artística em língua uigur e na posse de livros centrais para a história cultural da comunidade.

Para organizações civis, a sua música apenas refletia raízes culturais e não constituía incitação ao ódio.

Desaparecimento de acadêmica

Outro caso que preocupa é o da etnógrafa Rahile Dawut, desaparecida em 2017 quando viajava para Pequim.

Segundo relatos, ela teria sido “julgada em segredo e condenada à prisão perpétua por separatismo”, mas até hoje as autoridades não confirmaram o seu paradeiro.

Os peritos sublinharam que o desaparecimento forçado constitui violação grave de direitos humanos e, em determinados contextos, pode configurar crime contra a humanidade.

Leis antiterrorismo sob escrutínio

Os especialistas também alertaram para o uso de legislações amplas e ambíguas, como a Lei Antiterrorismo de 2015 e o Regulamento de Desextremificação de Xinjiang, que estariam a restringir a liberdade cultural e religiosa de minorias.

Embora a China tenha atualizado o seu quadro legal em 2024 incluindo referências a direitos humanos, não são claras as existências de salvaguardas independentes ou revogação de medidas repressivas.

Cultura não é crime

No comunicado, os especialistas enfatizam que “a expressão cultural das minorias não é crime e não deve ser confundida com extremismo ou terrorismo”.

Para eles, proteger a diversidade cultural e a liberdade de expressão é essencial para garantir dignidade e direitos a todas as pessoas. Os especialistas confirmaram que estão em contacto com as autoridades chinesas sobre o caso.

*Especialistas e peritos em direitos humanos não são funcionários das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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