A representante especial do secretário-geral da ONU na República Democrática do Congo, RD Congo, afirmou em reunião no Conselho de Segurança nesta terça-feira que a paz “continua sendo sobretudo uma promessa” na nação africana.

Bintou Keita afirmou aos membros do Conselho que existem “discrepâncias entre os progressos no papel e a realidade observada no terreno, que continua marcada pela violência”.

Escalada da violência

A também chefe da Missão da ONU no país, Monusco, destacou avanços desde a assinatura do Acordo de Washington entre a RD Congo e o Ruanda, em 27 de junho, incluindo a declaração de princípios assinada em Doha, em julho, entre o governo congolês e o grupo rebelde AFC/M23.

As autoridades da RD Congo afirmam que o Ruanda fornece apoio ao M23, que no final do ano passado lançou uma ofensiva letal nas províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul, capturando cidades estratégicas, incluindo as capitais provinciais Goma e Bukavu.

Desde junho, a Monusco, registou cerca de 1.087 civis mortos em Kivu do Norte e Ituri, número que continua a crescer diariamente.

Keita recordou que, em fevereiro, o Conselho adotou a resolução 2773, que exigia um cessar-fogo imediato e incondicional, mas cujas disposições “permanecem em grande parte por implementar”.

A parteira Loti Kubuya Mielor auxilia uma mulher deslocada recém-chegada que deu à luz em um abrigo em Goma, República Democrática do Congo

Expansão de grupo rebelde e abusos

Keita explicou que o M23 consolidou posições, substituiu instituições formais por estruturas próprias e já treinou mais de 7 mil novos recrutas.

Ela acrescentou que a violência não se limita a um grupo e explicou que as Forças Democráticas Aliadas, ligadas ao grupo terrorista Estado Islâmico, executaram 300 civis nos últimos três meses, enquanto as milícias Codeco, CRP e Wazalendo continuam a cometer abusos graves.

As operações da Monusco enfrentam severas restrições em Goma e em áreas sob controle do M23. Algumas delas são bloqueio da rotação de tropas, falta de combustível e alimentos, cortes de energia e água, além do fechamento do aeroporto.

Colapso do financiamento

Mesmo assim, a missão mantém esforços de proteção. Em 16 de setembro, cerca de 600 pessoas procuraram abrigo numa base da ONU em Drodro, Ituri, durante confrontos.

O quadro humanitário agrava-se com o colapso no financiamento. Apenas 15% do plano de resposta para a RD Congo foi financiado este ano, em comparação com 41% no mesmo período de 2024. Mais de 27,7 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar, incluindo 5,7 milhões em Ituri e Kivu do Norte.

Keita concluiu declarando que as lacunas que descreveu afetam negativamente a população, alertando que, se não forem superadas, “milhões de civis continuarão a pagar o preço”.

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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