Há dez anos, que a Conferência de Professores Espaciais reúne docentes de todo o país para celebrar a Semana do Espaço e explorar o tema, não apenas como tópico científico, mas como ferramenta de aprendizagem e inspiração.
Organizada anualmente pela Ciência Viva e Esero Portugal, o escritório de educação da Agência Espacial Europeia, a iniciativa convida professores de todos os níveis de ensino a descobrir novas formas de ensinar ciência através do fascínio pelo cosmos.
Dois dias para aprender, partilhar e pôr mãos à obra
Desde 2014, o encontro tem permitido atualizar conhecimentos sobre o setor aeroespacial e experimentar recursos educativos destinados à sala de aula. Este ano, sob o título “Viver no Espaço”, a conferência convida os participantes a mergulhar em temas como medicina espacial, radiação, sustentabilidade e até legislação do espaço.
O programa tem sessões conduzidas por cientistas e engenheiros, workshops práticos que os docentes podem replicar nas suas escolas.
Mas há um momento particularmente simbólico: a nomeação dos Professores EspAciais 2025, um galardão pelos projetos e trabalhos que fazem com os alunos. Cerca de 70 docentes em Portugal já receberam esta distinção.
A diretora-geral da Ciência Viva, Ana Noronha, em entrevista à ONU News explicou o jogo de palavras.
“Há uma brincadeira entre ‘professor especial’ e ‘professor espacial’, porque eles são as duas coisas: são especiais e são espaciais”.
Dez anos de conferências e 21 mil professores formados
Desde 2013, as formações já abrangeram cerca de 21 mil professores de todos os níveis de ensino. Muitos destes docentes mantêm-se ligados à rede e participam regularmente nas formações e iniciativas da Ciência Viva, como conta Ana Noronha.
“Temos muitas respostas do estilo: esta conferência mudou a minha forma de ensinar. Vemos aparecer mais projetos nos clubes Ciência Viva, sobretudo nos níveis mais básicos, onde antigamente não havia nada.”
O espaço como motor de curiosidade científica
Para Ana Noronha, falar do espaço nas escolas é muito mais do que ensinar astronomia.
“Perceber como é que o espaço é um fator essencial nisto tudo, para o melhor e para o pior. Perceber que se vê em televisão tem a ver com o espaço. Perceber que quando usam o GPS num automóvel ou numa bicicleta tem a ver com o espaço. Isso é uma questão de cultura científica que é para toda a gente.”
A aposta é também estratégica. Portugal precisa de mais jovens nas áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, como prossegue a professora:
“Não queremos que todos os jovens vão para o espaço”, acrescenta a diretora. “Queremos que completem a escola com sucesso, que sigam os estudos e que tenham uma profissão que lhes seja proveitosa. E o espaço tem esse elemento motivador.”
Semana do Espaço em Portugal
As celebrações da Semana do Espaço contaram também com a presença de Mark McCaughrean, astrónomo e antigo conselheiro sênior da Agência Espacial Europeia, que conduziu o público numa viagem pelo Universo.
Além disso, foi inaugurada a exposição “Engenhos do Espaço”, patente no átrio do Pavilhão do Conhecimento até 12 de outubro, com artefactos autênticos relacionados com as origens e o imaginário da exploração espacial tripulada, pertencentes ao espólio pessoal de Rui Moura, geofísico e astronauta análogo.
*Sara de Melo Rocha é correspondente da ONU News em Lisboa.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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