O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e a Organização Mundial da Saúde, OMS, estão pedindo mais ação global para aumentar a cobertura de vacinação de crianças em todo o mundo.* 

 

No ano passado, 89% das crianças pelo globo, o equivalente a cerca de 115 milhões, receberam pelo menos uma dose da vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP), e quase 109 milhões completaram as três doses, de acordo com novos dados nacionais de cobertura vacinal por ambas as agências da ONU. 

 

Agenda de Imunização 2030 

 

Mesmo assim, quase 20 milhões perderam pelo menos uma dose da vacina DTP, no ano passado. Isso inclui 14,3 milhões de crianças que nunca receberam uma única dose de qualquer vacina.  

O número representa 4 milhões a mais do que a meta do ano passado, necessária para permanecer no caminho certo com o plano da Agenda de Imunização 2030, e 1,4 milhão a mais do que em 2019, o ano base para medir o progresso. 

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, lembrou que as vacinas salvam vidas e permitem que indivíduos e comunidades prosperem. Ele ressaltou que cortes drásticos na ajuda, desinformação sobre a segurança das vacinas, ameaçam desfazer os ganhos.  

 

Conflitos impedem vacinas 

 

Outros fatores que impedem a imunização das crianças são conflitos e instabilidade, quebras no fornecimento e acesso limitado a postos de vacina. 

Um quarto das crianças do mundo vive em apenas 26 países afetados por fragilidades, conflitos ou crises humanitárias, mas representam metade de todas as crianças não vacinadas em todo o mundo.  

Em metade desses países, o número de crianças não vacinadas aumentou rapidamente de 3,6 milhões em 2019 para 5,4 milhões em 2024, ressaltando a necessidade de respostas humanitárias que incluam a imunização. 

Desde 2019, dados de 195 países mostram que 131 países alcançaram consistentemente pelo menos 90% das crianças com a primeira dose da vacina DTP, mas não houve nenhum movimento significativo na expansão desse grupo.  

© Unicef/UNI561135/Minzayar Oo.

Vacinação apoiada pela Unicef em aldeia remota do estado de Shan, Mianmar

Sinais de declínio em países ricos 

 

Entre as nações que atingiram menos de 90% em 2019, apenas 17 conseguiram aumentar suas taxas de cobertura nos últimos cinco anos.  

Enquanto isso, em 47 países, o progresso está estagnado ou piorando. Isso inclui 22 países que atingiram e superaram a meta de 90% em 2019, mas que diminuíram desde então. 

A cobertura vacinal nos 57 países de baixa renda apoiados pela Gavi, a Aliança para Vacinas, melhorou no último ano, com uma redução de aproximadamente 600 mil crianças não vacinadas ou subvacinadas.  

Ao mesmo tempo, sinais de declínio estão surgindo em países de renda média-alta e alta que anteriormente mantinham pelo menos 90% de cobertura. Mesmo pequenas quedas na cobertura de imunização podem aumentar drasticamente o risco de surtos de doenças e colocar pressão adicional sobre sistemas de saúde já sobrecarregados. 

 

Apesar desses desafios, os países – especialmente aqueles apoiados pela Gavi – continuam a introduzir e ampliar a vacinação, inclusive contra o papilomavírus humano, HPV, meningite, doença pneumocócica, poliomielite e rotavírus. 

Por exemplo, grandes ampliações nacionais da vacina contra o HPV e esforços de revitalização em países que já a introduziram aumentaram a cobertura global em 4% no último ano. Em 2024, 31% das adolescentes elegíveis em todo o mundo receberam pelo menos uma dose da vacina contra o HPV – a maioria das doses foi administrada em países que utilizam um esquema de dose única. Embora esteja longe da meta de 90% de cobertura até 2030, representa um aumento substancial em relação à cobertura de 17% em 2019. 

 

Financiamento global e nacional 

 

A cobertura contra o sarampo também melhorou, com 84% das crianças recebendo a primeira dose e 76% recebendo a segunda, um ligeiro aumento em relação ao ano anterior. Estima-se que mais 2 milhões de crianças tenham sido alcançadas em 2024, mas essa cobertura está longe dos 95% necessários em todas as comunidades para prevenir surtos. 

A escassez de financiamento nacional e global, a crescente instabilidade em todo o mundo e a crescente desinformação sobre vacinas ameaçam estagnar ainda mais ou até mesmo reverter o progresso, o que poderia causar aumentos em casos graves e mortes por doenças preveníveis por vacinação. 

 

*Com informações da OMS e do Unicef 

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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