A qualidade do ar é essencial para a manutenção da vida no planeta, mas ela está sob ameaça crescente devido a ações humanas como a queima de combustíveis fósseis, que são fonte tanto de poluição como de mudanças climáticas.

A Organização Meteorológica Mundial, OMM, lançou nesta quinta-feira um relatório que examina as tendências e a distribuição geográfica da poluição do ar em 2024 e traça paralelos com a crise do clima.

Chamas alimentadas pelo calor e seca

A maior anomalia ocorreu na bacia amazônica, como resultado de incêndios florestais recordes na Amazônia ocidental e chamas alimentados pela seca no norte da América do Sul.

O cientista da OMM que coordenou o estudo, Lorenzo Labrador, explicou que a análise tem como foco partículas minúsculas, de 2,5 micrômetros ou menos, que são as mais nocivas para a saúde, podendo afetar o trato respiratório. Elas também têm o poder de permanecer no ar por muito tempo e viajar longas distâncias.

Ele explicou que os incêndios na região amazônica em 2024 causaram uma “degradação mensurável na qualidade do ar” em diversas cidades distantes, como São Paulo, no Brasil, e Santiago, no Chile, mas também no Equador.

Os incêndios florestais têm grande impacto na poluição por partículas e espera-se que o problema aumente à medida que o clima esquenta, causando riscos crescentes para a infraestrutura, os ecossistemas e a saúde humana.

Agência Brasil/Paulo Pinto

Termômetro marca 39 graus na região da Praça da Sé, em São Paulo

Aumento na concentração de aerossóis na atmosfera

O levantamento da OMM destaca a preocupação com os aerossóis, que são minúsculas partículas transportadas pelo ar. Eles podem aquecer ou resfriar a atmosfera, dependendo de sua composição.

Os mais escuros, como o carbono preto e marrom, aquecem a atmosfera e derretem o gelo ou as geleiras em que pousam.

Por outro lado, aerossóis mais brilhantes, como sulfatos, refletem a radiação solar de volta ao espaço, fornecendo resfriamento temporário antes de se depositar como chuva ácida e neve.

As concentrações de aerossóis na atmosfera aumentaram globalmente entre as décadas de 1950 e 1980, mas diminuíram substancialmente desde então, devido a esforços conjuntos na América do Norte, Europa e, mais tarde, no Leste Asiático.

No entanto, eles continuam a aumentar em algumas regiões, como o sul da Ásia, a América do Sul e as latitudes do norte, devido, em parte, ao aumento dos incêndios florestais.

Impactos climáticos e poluição devem ser abordados de forma integrada

A vice-secretária-geral da OMM, Ko Barrett, afirmou que “as mudanças climáticas e a qualidade do ar não podem ser abordadas isoladamente”.

Segundo ela, os impactos climáticos e a poluição do ar “não respeitam fronteiras nacionais, como exemplificado pelo calor intenso e pela seca que alimentam incêndios florestais, piorando a qualidade do ar para milhões de pessoas”.

A poluição atmosférica causa mais de 4,5 milhões de mortes prematuras a cada ano em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS, com enormes custos ambientais e econômicos.

O Boletim de Qualidade do Ar e Clima da OMM é lançado para marcar o Dia Internacional do Ar Limpo para Céus Azuis, em 7 de setembro.

A agência defende mais colaboração internacional para o monitoramento atmosférico, com foco em previsões e gerenciamento de riscos.

*Com informações da OMM

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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