O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que o mundo que marca os 80 anos da ONU mudou e que as instituições que o governam também precisam mudar.
A declaração foi feita nesta segunda-feira, em Kuala Lampur, na Malásia, onde ocorre a 15.ª Cimeira Asean–ONU. O grupo de nações do sudeste asiático.
Legado e cooperação global
O secretário-geral lembrou que, desde a sua fundação em 1945, a ONU nasceu “com um único propósito: salvar as gerações vindouras do flagelo da guerra”.
Ele destacou a necessidade de renovar o multilateralismo e de construir uma ordem internacional mais justa, inclusiva e eficaz.
Guterres elencou alguns êxitos alcançados ao longo de oito décadas, desde a prevenção de uma nova guerra mundial, à promoção dos direitos humanos, passando pela assistência humanitária e pela luta contra a pobreza.
O secretário-geral ressaltou que, todos os anos, a ONU fornece ajuda vital a mais de 150 milhões de pessoas, vacina quase metade das crianças do mundo e apoia eleições em dezenas de países, lembrando que a organização continua a ser “a espinha dorsal do direito internacional”, com mais de 80 convenções e tratados que moldam a convivência global.
O Sudeste Asiático fez progressos econômicos e sociais significativos, mas a elevação do nível do mar, as inundações e o clima extremo destacam a crescente vulnerabilidade da região às mudanças climáticas
Um mundo que exige novas instituições
No entanto, o secretário-geral alertou que “chegou o momento de uma nova transformação”. Numa era marcada por conflitos, desigualdades e alterações climáticas, afirmou que o sistema multilateral precisa de ser reformado para refletir a realidade de um mundo multipolar.
Ele destacou a necessidade de atualizar a composição do Conselho de Segurança, cuja estrutura “já não representa o mundo atual”, e defendeu uma presença africana permanente no órgão. Guterres também lamentou a paralisia estrutural, que tem sido “dolorosamente visível” em locais como Gaza, Sudão e Ucrânia.
Justiça financeira e ação climática
O líder das Nações Unidas também apelou a uma reforma profunda da arquitetura financeira internacional, classificando-a como “uma questão de justiça para as nações há demasiado tempo excluídas da prosperidade”.
Ele pediu a redução da dívida dos países de baixo e médio rendimento, o aumento da capacidade de empréstimo dos bancos multilaterais de desenvolvimento e a inclusão efetiva dos países em desenvolvimento nas decisões económicas globais.
Sobre o clima, advertiu que as emissões têm de cair drasticamente, e o G20, responsável por 80% das emissões globais, deve “liderar o caminho”. O líder da ONU apelou também a que os países desenvolvidos cumpram os compromissos de financiamento climático e apoiem as nações mais vulneráveis à crise ambiental.
Adolescente usando software para operar computador em escola em Kuala Lumpur
Reconstruir a confiança global
Dirigindo-se aos líderes da Asean, o secretário-geral elogiou o papel das organizações regionais na prevenção de conflitos e na promoção do diálogo.
Ele ressaltou que o multilateralismo não foi criado para momentos de harmonia, mas para tempos de crise, e que “é nestes momentos de desconfiança e divisão que o nosso trabalho mais importa”; proteger o planeta, prevenir guerras e defender os direitos humanos.
Encerrando o seu discurso, o secretário-geral apelou à união global diante dos desafios do futuro: das guerras às desigualdades, das tecnologias emergentes ao colapso climático.
Guterres ressaltou que a história das Nações Unidas prova que a humanidade é forte o suficiente para enfrentar tudo, quando permanece unida pela dignidade, pela igualdade e pela paz para todos.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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