Rafael Mariano Grossi acredita no poder da diplomacia, um ofício que desempenha há mais de 40 anos após ingressar no Ministério das Relações Exteriores, Comércio e Culto da Argentina. Como embaixador, ele serviu em vários países. Foi representante junto à Organização do Tratado do Atlântico Norte, Otan, especializando-se em temas como paz e segurança.
Com um doutorado em Relações Internacionais, História e Política, Grossi foi convidado pelo então diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Yukiya Amano, em seu primeiro mandato, para ocupar o posto de chefe de gabinete da entidade. Em 2019, após a morte de Amano no cargo, o argentino foi eleito como líder da Aiea.
Irã, Rússia e Ucrânia
Nesta entrevista ao Podcast ONU News, Grossi trata de temas prioritários em sua agenda como a segurança nuclear na Ucrânia e o cancelamento da cooperação entre a Aiea e o Irã.
Para ele, é preciso investir em política, persistência e determinação para reconstruir pontes e abrir portas. Segundo o líder da agência atômica, é crucial manter o diálogo e a confiança em todo o processo.
“Nós estamos falando com os iranianos porque uma coisa é certa: uma solução durável, uma solução mais estável para o problema do Irã, necessariamente, é pela via diplomática. Nós não temos alternativa. O uso da força não é necessariamente o debate hoje, mas temos que tentar retomar o trabalho diplomático”, afirma.
Outra grande frente de intermediação do chefe da Aiea está em curso desde fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. Com a maior central de energia atômica da Europa em jogo, o Complexo de Zaporizhzhya, na Ucrânia, Rafael Mariano Grossi não pensou duas vezes: montou uma equipe de inspetores e, numa questão de dias, chegava ao local para avaliar a situação da usina.
Com precisão técnica, ele conseguiu a confiança do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e do chefe de Estado russo, Vladimir Putin.
Confiança e acordo
No mês passado, obteve de ambos o compromisso para estabelecer “áreas de cessar-fogo” dentro da central atômica para realizar reparos nos reatores e maquinário. Um passo reconhecido como uma vitória para manter a segurança da usina.
Após os horrores do desastre nuclear em Tchernobyl, em 1986, o líder da Aiea afirmou ter somente uma missão: evitar um novo acidente nuclear com consequências radiativas.
“É o restabelecimento da paz é importante, será uma consequência. Discutindo no Conselho de Segurança, discutindo o plano bilateral também com a intervenção dos americanos. Tudo isso é muito importante. Mas para mim, é a capacidade de ter a confiança, a confiança não significa um acordo completo. A confiança implica esse trabalho diplomático profissional que vai levar as duas partes, mesmo nesse conflito, a um lugar mais estável.”
O diretor geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi, visita a usina nuclear de Zaporizhzhya e seus arredores com sua equipe durante uma visita oficial à Ucrânia (Arquivo)
Diálogo de alto nível
Acostumado a gerir múltiplas crises, Rafael Mariano Grossi acredita que um trabalho político-diplomático é a chave para retornar os inspetores nucleares ao Irã. Numa entrevista coletiva, na semana passada, na sede da ONU, ele elogiou a decisão do Irã de prosseguir com seus compromissos e obrigações como signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, TNP.
Este ano, o Parlamento iraniano aprovou uma lei que suspende a cooperação com a Aiea, uma situação agravada, segundo Grossi, pelos ataques às instalações nucleares do país, em junho deste ano.
“Não, não tem solução mágica. Temos seus tratados, temos tratado de não proliferação, temos o acordo das salvaguardas das garantias abrangentes. Tudo isso existe, mas tem também uma realidade política. O governo iraniano tem o direito de dizer: ‘Bom, está bom. Temos essas obrigações, positivamente’. Afirmando a permanência no regime da não-proliferação. Mas num sentido prático, as inspeções têm muitos, muitos problemas para retomar. E isso é o meu desafio nesse momento.”
Mulheres na energia nuclear
Criada em 1957, a Agência Internacional de Energia Atômica tem hoje um portfólio variado com base na energia nuclear. Em 2005, a Aiea recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços em promover um mundo “mais seguro e pacífico”.
A agência da ONU atua ainda em áreas que incluem prevenção do câncer, uso da energia nuclear para combate à mudança climática, apoio a grandes eventos desportivos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, entre outros tópicos.
Outra prioridade é a promoção de mulheres na ciência e tecnologia. O Programa Marie Curie, uma bolsa de estudo para incentivar a presença feminina no tema, é apenas uma das ações para transformar a realidade de uma força de trabalho feminina de apenas 20%.
Quando Grossi assumiu em 2019, a Aiea tinha 28% de mulheres em seus quadros e longe de chegar à paridade de gênero, proposta pelo secretário-geral da ONU para 2028. Hoje, são cerca de 51%. Para Grossi, a liderança feminina “faz a diferença” e a contratação dessas profissionais não é uma questão de “ideologia” ou de se declarar um “homem feminista”, mas sobretudo de “justiça”.
Rafael Mariano Grossi lidera a equipe da missão de especialistas da Aiea em sua visita oficial à Usina Nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia
Ideologia e realidade
“Eu me declaro um homem justo. As organizações internacionais têm que refletir a sociedade como é. O aporte das profissionais mulheres no mundo é evidente, mas isso não se reflete na composição do staff das organizações internacionais. O caso da Aiea é paradigmático. Eu cheguei com 28% de mulheres. Tenho agora mais de 50%, como você diz. É isso que é o importante. Eu não acredito na ideologia, eu acredito na realidade. Eu acredito na possibilidade para todos de ter as oportunidades. Eu não acredito que uma mulher profissional como você ou tantas outras, com que eu trabalho, desejariam ser reconhecidas pelo feito de serem mulheres. Não. Temos que facilitar, abrir grande as portas e dar oportunidades a todo mundo. Espontaneamente, você chega a 50%, e mais, porque há tanto talento feminino no mundo.”
Durante a entrevista ao Podcast ONU News, Rafael Mariano Grossi também falou sobre sua pré-candidatura ao posto de secretário-geral da ONU, cuja eleição está marcada para 2026. O nome do diretor-geral da Aiea foi confirmado pelo presidente da Argentina, país de Grossi, para substituir Guterres a partir de 1 de janeiro de 2027.
Candidaturas em 2026
Pré-candidatos ao cargo têm que formalizar seu interesse até dezembro deste ano. Rafael Mariano Grossi explicou que ele deverá seguir fazendo o seu trabalho como diretor-geral enquanto concorre ao posto máximo da ONU por uma questão de “convicção”.
“Eu sou o diretor-geral e tenho muito a fazer. É interessante, acredito, é também prático para os países porque os países podem me olhar (observar): ‘O que o Rafael Grossi faz nos confrontos, nessas crises internacionais? É essa uma liderança interessante para as Nações Unidas ou não?’ Essa é a minha convicção.”
Outros dois governos também nomearam candidatos: o do Chile que indicou a ex-presidente do país, Michelle Bachelet, durante o discurso do presidente chileno Gabriel Boric, no Debate Geral da ONU, em setembro, como pré-candidata; e o da Costa Rica com a ex-vice-presidente Rebeca Grynspan, que é também a secretária-geral da Unctad, a agência da ONU para Comércio e Desenvolvimento.
O atual secretário-geral António Guterres assumiu o posto em janeiro de 2017. Em 31 de dezembro do próximo ano, ele deverá se despedir do posto após 10 anos à frente da organização.
O presidente da Ucrânia, Zelensky, em encontro com o diretor-geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi, que visitou a usina nuclear de Chornobyl
Leia na íntegra, a conversa com Rafael Mariano Grossi:
ON: Vamos passar para o seu trabalho, diretamente, falando do Irã. No momento que se deslumbrou com uma esperança, com o plano de ação conjunto abrangente. Mas o Irã não coopera mais com esse mecanismo. O Irã também não permite a visita de inspetores que já não entravam em usinas, onde analistas suspeitam que haja enriquecimento de urânio em quantidades que poderiam levar a construção de uma arma nuclear. O Irã diz que seu programa nuclear tem fins pacíficos. Qual é o passo estratégico da Aiea agora nesse tema? E se o mundo pode esperar um novo acordo nos moldes do anterior?
RMG: Naturalmente temos duas fases diversas, diferentes. Não podemos esquecer o fenômeno da Guerra dos Doze Dias, desde o mês de junho, porque isso alterou de uma maneira fundamental a aproximação do Irão no trabalho com a agência. Isso é uma realidade. Certamente, o Jcpoa, esse acordo de 2015 tinha um quadro de cooperação, mas isso não existe mais. É a realidade do conflito. A realidade de utilização da força, naturalmente, implica uma reação da parte do Irã. Nós estamos falando com os iranianos porque uma coisa é certa: uma solução durável, uma solução mais estável para o problema do Irão, necessariamente é pela via diplomática. Nós não temos alternativa. O uso da força não é necessariamente o debate hoje, mas temos que tentar retomar o trabalho diplomático. Não é fácil, certamente, porque os inspetores da agência foram retirados no momento dos ataques, naturalmente. Agora retornar é também um fenômeno político. Não tem automaticidade. A gente tem que negociar. Tem que renegociar essa retomada.
ON: Não tem uma solução mágica.
RMG: Não, não tem solução mágica. Temos seus tratados, temos trata de não proliferação, temos o acordo das salvaguardas das garantias abrangente. Tudo isso existe, mas tem também uma realidade política. O governo iraniano tem o direito de dizer: ‘Bom, está bom. Temos essas obrigações, positivamente’. Afirmando a permanência no regime da não-proliferação. Mas num sentido prático, as inspeções têm muitos, muitos problemas para retomar. E isso é o meu desafio nesse momento.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Mariano Grossi, fala ao Conselho de Segurança
ON: E o senhor começou bem, conseguindo esse encontro no Egito, em que o Irã já deu o primeiro passo…
RMG: Isso foi muito positivo, sim.
ON: Outra situação, onde o senhor também agiu rapidamente, diretor-geral, foi com relação à Ucrânia. O senhor foi o primeiro nome da ONU a chegar ao local e tem trabalhado com Rússia e Ucrânia para manter a segurança do local. Eu queria saber qual é o risco dessa usina, hoje, e quem está controlando esse complexo?
RMG: O risco permanece muito presente. A gente não tem que pensar que porque não se fala tanto, os perigos e a dramaticidade da situação não existem. Ao contrário. Não se deve esquecer o fato de que a Central de Zaporizhzhya está sempre na linha de frente. Isso na zona ativa de combate. É por isso que a nossa presença, a presença física dos peritos, os inspetores da agência, é tão fundamental, para tentar evitar que a central seja um objetivo militar. Para isso, nosso diálogo permanente com as duas partes, com a Federação da Rússia. Eu tive um diálogo importante com o presidente Putin, em Moscou, também com o presidente Zelensky, ou com o Governo ucraniano. Às vezes, a gente critica, mas é essencial tornar o trabalho diplomático. O trabalho diplomático necessita, precisa desse diálogo permanente. E é interessante de falar disso nesse momento, porque acabamos de negociar uma trégua entre os dois setores: os russos e os ucranianos, para poder fazer reparações indispensáveis nas linhas de eletricidade que alimentam a central (nuclear). E isso não poderia ser possível sem esse diálogo, sem essa capacidade de interlocução que nós chegamos a obter das duas partes.
ON: E quantas pessoas ou quantos profissionais a Aiea tem nesse momento?
RMG: Isso pode mudar: quatro, cinco. É o suficiente para nós, para esse trabalho.
ON: E o controle da indústria continua nas mãos…
RMG: Tenho que reconhecer que toda essa região é uma região sob o controle russ. Isso é uma realidade.
ON: Agora, como o senhor consegue a confiança do presidente da Rússia e do presidente da Ucrânia? Essa é uma aula de diplomacia?
RMG: Essa é a diplomacia. Essa é a essência da diplomacia. Falar, sabendo bem o que está bem e o que está mal, mas tendo sempre o foco do meu trabalho, a missão que eu tenho. A minha missão é de evitar um acidente nuclear com consequências radiológicas. É essa a minha missão. É o restabelecimento da paz é importante, será uma consequência. Discutindo no Conselho de Segurança, discutindo o plano bilateral também com a intervenção dos americanos. Tudo isso é muito importante. Mas para mim, é a capacidade de ter a confiança, a confiança não significa um acordo completo. A confiança implica esse trabalho diplomático profissional que vai levar as duas partes, mesmo nesse conflito, a um a um lugar mais estável.
Diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi (segundo à esquerda) e a equipe da missão de especialistas chegam à Usina Nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia.
ON: Brevemente, a Aiea tem feito um trabalho dedicado ao combate do câncer. Uma doença que mata mais da metade das pessoas que são diagnosticadas com ela. Sete em cada 10 mortes ocorrem em países de rendas baixa e média. A Aiea tem levado maquinário, enfim, aparelhos, radiação de prevenção ao câncer. Mas como aumentar essa quantidade, diretor-geral, e combater e evitar essas mortes?
RMG: Para mim, o caso do câncer é muito importante porque tem um pouco esse preconceito que é uma enfermidade dos países ricos. Isso não é verdade. É um preconceito. E a gente deve lutar contra esse preconceito. É por isso que trabalhamos tanto nos países africanos. Também, nossa região da América Latina, ibero-americana e o Caribe é muito importante. Mas na África, temos mais de 20 países que não têm uma só unidade de radioterapia.
ON: Mas, como pode isso?
RMG: Isso é incrível. A gente não está falando aqui de centos de milhões de dólares. Estamos falando, muitas vezes, de quantidades muito, muito modestas. Mas não temos essa capacidade. Estamos começando. Já começamos na Libéria, no Malawi, no Ruanda, Senegal, Mali, Níger e tantos países que estão começando a receber essa cooperação graças ao trabalho da Aiea.
ON: E outro ponto importante é com relação à energia limpa, energia nuclear, uma grande aliada da ação climática. Mas apenas 10% da eletricidade global são gerados pela energia nuclear. Ela é baixa carbono, mas ainda há um receio, um medo, um pavor quando se fala de uma usina nuclear. Como acabar com esse estigma?
RMG: Bom ponto. Essa é uma questão de percepções, não de realidades. A gente tem que tomar muito seriamente essas percepções: falar, explicar, educar. A realidade é que a energia nuclear tem um recorde de segurança muito, muito alto. E que hoje, também nesse modesto 10% da energia global, isso significa quase um terço da energia limpa no mundo inteiro. Então, a gente pode imaginar, pode projetar essas capacidades. E é por isso, que nesse momento, existe já um novo consenso entre o plano internacional sobre a necessidade de aumentar as capacidades nucleares. Nos países importantes, as grandes economias centrais, isso já está determinado. Os países que já tinham declarado “phase-out”, a saída do nuclear. Todos, todos mudaram.
ON: Como é que está a Alemanha nesse caso?
RMG: A Alemanha é o único caso. O único caso. Mas o mais interessante de saber é que o Governo alemão agora reconhece que isso não foi uma boa decisão. E que vai continuar com o “novo nuclear”, o nuclear dos reatores pequenos, modulares ou SMRs (reatores modulares pequenos), mas também com a fusão nuclear. Isso é muito interessante.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, se encontra com o presidente Masoud Pezeshkian do Irã
ON: Diretor-geral, a Aiea tem hoje 51% de mulheres em seus postos, não é? Isso é um grande salto desde o seu antecessor. Um grande salto, quando a média de mulheres na força de trabalho de energia nuclear é de 20%. A Aiea está muito bem. Por que essa liderança feminina tão importante? E assim como o secretário-geral da ONU, o senhor se declara um homem feminista?
RMG: Eu me declaro um homem justo. As organizações internacionais têm que refletir a sociedade como é. O aporte das profissionais mulheres no mundo é evidente, mas isso não se reflete na composição do staff das organizações internacionais. O caso da Aiea é paradigmático. Eu cheguei com 28% de mulheres. Tenho agora mais de 50%, como você diz. É isso que é o importante. Eu não acredito na ideologia, eu acredito na realidade. Eu acredito na possibilidade para todos de ter as oportunidades. Eu não acredito que uma mulher profissional como você ou tantas outras, com que eu trabalho, desejariam ser reconhecidas pelo feito de serem mulheres. Não. Temos que facilitar, abrir grande as portas e dar oportunidades a todo mundo. Espontaneamente, você chega a 50%, e mais, porque há tanto talento feminino no mundo.
ON: Mas essa liderança feminina faz diferença?
RMG: Enormemente. Eu tenho na minha operação, mulheres na liderança nas não (somente) nas áreas administrativas, nas áreas de segurança, nas áreas de inspeções. E as inspetoras mulheres são brilhantíssimas. É isso que faz a diferença.
ON: E o senhor chegou antes de 2028 (à paridade), a gente tem que dizer…
RMG: Sim. É isso. E vamos continuar…
Monica Grayley entrevistou Rafael Mariano Grossi para o Podcast ONU News
ON: Bom, por último: o senhor já anunciou a sua pré-candidatura a secretário-geral da ONU. Em dezembro, esses nomes devem ser acolhidos pela organização. Além do senhor, por uma questão de justiça, temos que dizer que, segundo agências de notícias, dois outros governos teriam confirmado os nomes da ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, e da ex-vice-presidente da Costa Rica, Rebeca Grynspan. Eu gostaria que o senhor falasse um pouquinho de como fica esse cenário de dezembro em diante. O senhor e outros funcionários da ONU têm que deixar o cargo por uma questão de conflito de interesse, ou continuam no cargo e fazem a campanha? Como é que fica este cenário daqui para a frente? Em 2026?
RMG: Não, absolutamente não. Eu acredito que eu tenho uma grande responsabilidade como chefe da Aiea. Falamos da Ucrânia, falamos do Irã, falamos do trabalho de desenvolvimento. Eu não vejo nenhum conflito de interesse. A Assembleia Geral sugere a possibilidade de considerar isso. Eu considerei. Eu considero. Eu considero que é minha responsabilidade ficar no meu posto para o qual eu fui eleito e trabalhar. Outros podem ter uma visão diferente. Mas para mim, essa ideia de tomar uma licença, partir e fazer campanha…eu não farei isso.
ON: Como se faz nos governos nacionais, as pessoas deixam os postos…
RMG: Exatamente. Eu sou o diretor-geral e tenho muito a fazer. É interessante, acredito, é também prático para os países porque os países podem me olhar (observar): ‘O que o Rafael Grossi faz nos confrontos, nessas crises internacionais? É essa uma liderança interessante para as Nações Unidas ou não?’ Essa é a minha convicção.
ON: E é bom deixar claro, como o senhor falou, que não é uma regra. É uma recomendação, não é isso?
RMG: Uma recomendação. Uma recomendação interessante. Legítima também. Eu considerei. Eu continuo a trabalhar até o último dia.
ON: Agora, 2026 então vai ser um ano bem movimentado para o senhor, que vem de um país com grandes nomes do futebol como Maradona, Messi e grandes estrelas. E o senhor também tem uma participação em campeonatos de futebol: A Copa do Mundo. Eu quero saber o que a Aiea faz para garantir a segurança desse evento?
RMG: Esse é um ponto muito interessante porque na ameaça à segurança figura também a possibilidade de introdução de elementos radiológicos nos grandes eventos mundiais. Tivemos a oportunidade de trabalhar no Brasil, nos nossos Jogos Olímpicos, e noutros países. Estamos para firmar um acordo com a Fifa, com meu amigo Gianni Infantino, para dar, de uma maneira sistemática, treinamento, formação capacidade aos países que organizam essas grandes ocasiões de júbilo, de alegria popular, que não têm que ter essa ameaça de uma contaminação de origem radiológico.
ON: Diretor-geral, muito obrigada por essa entrevista à ONU News. Mais alguma coisa que o senhor gostaria de acrescentar?
RMG: Um grande prazer. Não. Agradeço a oportunidade de falar com vocês e de explicar. Eu acredito que os líderes têm essa responsabilidade. De tudo se pode falar. Sempre. Com independência e com confiança.
ON: Obrigada!
*Monica Grayley é editora-chefe da ONU News Português.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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