Türk pede fortalecimento de confiança após cessar-fogo entre Camboja e Tailândia

O alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk, apelou na quarta-feira à Tailândia e ao Camboja para que protejam os civis de maiores danos, respeitando e implementando integralmente o cessar-fogo acordado no início da semana.

Para ele, é preciso tomar medidas rápidas para construir confiança e paz.

Asean mediou acordo

Türk acredita que num momento de crescentes conflitos e crises em todo o mundo,  o cessar-fogo, acordado entre Tailândia e Camboja, com apoio da Malásia, é um grande passo. 

A Malásia ocupa a presidência rotativa da Asean, o bloco de nações do sudeste asiático.

O alto comissário pediu que o cessar-fogo seja respeitado integralmente, de boa-fé, por ambas as partes, à medida que os esforços diplomáticos prosseguem, na tentativa de resolver as causas profundas do conflito.

O último grande conflito entre os dois países ocorreu em 2011 com dias de combates na fronteira perto do histórico templo Preah Vihear – Patrimônio Mundial da Unesco. Houve várias vítimas de ambos os lados.

Templo do século 11

O então Secretário-Geral Ban Ki-moon (foto) havia pedido um cessar-fogo imediato e instado ambos os países a resolverem a disputa por meio do diálogo, e não por meios militares.

Essa escalada ocorreu após um aumento de tropas em 2008 ao redor do templo hindu do século 11, localizado no lado cambojano da fronteira.

Segundo Türk, desta vez Tailândia e Camboja devem seguir com os esforços para restaurar a segurança na fronteira e garantir que as vítimas de violência e deslocamento recebam reparação em conformidade com as leis e padrões internacionais de direitos humanos e humanitários.

Mais de 180 mil pessoas foram deslocadas no lado tailandês da fronteira, enquanto outras 168.946 foram deslocadas no lado cambojano.

Para o alto comissário, numa situação tensa assim é preciso reconstruir confiança e combater a desinformação e a retórica danosa.