O Sudão enfrenta uma das piores crises humanitárias do mundo. Após mais de 900 dias de conflito, colapso dos serviços básicos e fome generalizada, milhões de pessoas mal podem sobreviver.
Mulheres e crianças são as principais vítimas de uma situação que ameaça transformar-se numa catástrofe sem precedentes. O alerta é das Nações Unidas e de suas agências humanitárias.
Uma das piores crises de em décadas
De acordo com a Agência das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, o país tornou-se o epicentro de uma crise humanitária “sem precedentes”. Mais de 30 milhões necessitam de assistência urgente, incluindo 9,6 milhões de deslocados internos e quase 15 milhões de crianças que lutam diariamente para sobreviver.
O conflito no Sudão começou em meados de abril de 2023 quando o grupo rebelde e paramilitar Força de Reação Rápida, RSF, entrou em choque com tropas do Exército do Sudão.
A alta-comissária adjunta do Acnur, Kelly Clements, afirmou que “esta é uma das piores crises de proteção” já vistas em décadas. O apelo conjunto do Acnur, da Organização Internacional para Migrações, OIM, do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e do Programa Mundial de Alimentos, WFP, visa chamar a atenção internacional para “o sofrimento e os perigos crescentes” enfrentados pela população sudanesa.
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Retorno em meio à destruição
Com a redução dos combates em Cartum, capital do Sudão, e outras regiões, cerca de 2,6 milhões de pessoas começaram a regressar às suas comunidades, apenas para encontrar casas destruídas e serviços básicos em colapso.
Ugochi Daniels, vice-diretora-geral de operações da OIM, relatou que encontrou famílias retornando a cidades ainda marcadas pela guerra, onde quase nada funciona e que “a vontade de recomeçar é admirável, mas a vida permanece extremamente frágil”.
A OIM também alertou que o avanço de doenças como cólera, dengue e malária, somado aos altos índices de desnutrição, ameaça a vida de milhares de pessoas que continuam sem acesso a cuidados médicos e alimentação adequada.
260 mil civis sob cerco
A situação é especialmente crítica em El Fasher, no Norte do Darfur, onde 260 mil civis, incluindo 130 mil crianças, permanecem sitiados há mais de 16 meses, sem acesso a comida, água potável ou serviços de saúde.
Ted Chaiban, diretor executivo adjunto do Unicef declarou que “comunidades inteiras vivem em condições que desafiam a dignidade humana”, sublinhando que as crianças estão desnutridas, expostas à violência e morrendo de doenças evitáveis.
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Ajuda insuficiente diante da urgência
Apesar dos esforços humanitários, que já atingiram 13,5 milhões de pessoas este ano, a resposta da ONU enfrenta sérias limitações de financiamento.
O Plano de Resposta Humanitária de 2025, avaliado em 4,2 mil milhões de dólares, recebeu apenas 25% dos recursos necessários.
As agências da ONU reafirmaram o compromisso de continuar a apoiar as populações afetadas, mas alertaram que “a comunidade humanitária não pode agir sozinha”, e que é urgente a comunidade internacional unir forças para salvar vidas e ajudar o Sudão a reconstruir o que foi perdido.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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