Monica Grayley*
Começa, nesta terça-feira, o Debate Geral de líderes internacionais na 80ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.
Este ano, os participantes têm como lema, “Melhor Juntos: 80 anos e mais pela paz, desenvolvimento e direitos humanos.” A nova sessão tenta reforçar o multilateralismo num momento em que o mundo enfrenta um número recorde de 61 conflitos e guerras.
Duração dos discursos
Os organizadores esperam mais de 150 chefes de Estado e de Governo e um total de 40 mil pessoas na sede da ONU durante a Semana de Alto Nível. O secretário-geral, António Guterres, apelou aos líderes internacionais a “mudar a maré” pondo fim a guerras e impulsionando a Agenda 2030 de desenvolvimento.
Como todos os anos, o Brasil abre o Debate Geral com o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seguido pelo país anfitrião, os Estados Unidos, que será representado pelo presidente Donald Trump.
Presidente Donald Trump com líder da ONU António Guterres
O evento termina em 30 de setembro com uma série de recomendações dos oradores, que são catalogadas pela Assembleia Geral, e enviadas às seis comissões da Casa, que prosseguem os trabalhos da sessão até o fim do ano.
Cada Estado-membro tem um espaço de 15 minutos para discursar, mas nem sempre o tempo alocado é o realizado. Na história da ONU, já houve intervenções que duraram apenas alguns minutos e outras que ultrapassaram algumas horas. Todos os discursos são interpretados, simultaneamente, nas seis línguas oficiais: árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo.
Chefes de Estado e Governo de países lusófonos tendem a falar em português.
O clima da COP30
Segundo agências de notícias, o discurso do presidente Lula da Silva, este ano, deve destacar um dos tópicos mais importantes para a agenda do Brasil na ONU: ação climática.
Em novembro, o governo brasileiro recebe, em Belém do Pará, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP30, esperando fazer do evento um divisor de águas no combate ao aquecimento global e as transformações do clima.
Amazônia abrigará COP30
Apesar de os países, que firmaram o Acordo de Paris em 2015, terem se comprometido com a redução de emissões que causam o efeito estufa, muitas nações ainda não tiraram essas promessas do papel.
Outros tópicos ressaltados pelo Brasil são paz e segurança com foco em conflitos e guerras na Europa, no Oriente Médio e na África, assim como a reforma do Conselho de Segurança, defendida pelo país há muitos anos.
Todos os líderes internacionais devem marcar os 80 anos da criação da ONU num momento em que a organização também realiza uma reforma interna.
Uma sessão nada comum
Na semana passada, a nova presidente da Assembleia Geral, Annalena Baerbock, sinalizou que esta sessão não se parece a nenhuma outra da história da ONU.
Para ela, este é um momento de fissuras e polarização, que precisam ser sanadas, para que o mundo possa avançar com uma agenda de desenvolvimento sustentável, paz e segurança além de defesa dos direitos humanos. E para tal, ela pediu unidade e união.
A ex-ministra das Relações Exteriores da Alemanha é a primeira europeia a ocupar o posto e apenas a quinta mulher em oito décadas de história.
Já o Secretariado nunca teve uma mulher no topo. António Guterres é o nono secretário-geral.
Annalena Baerbock, presidente da Assembleia Geral
Para esta Assembleia, Baerbock reforçou o apelo de Guterres, de que o momento de encontro dos líderes internacionais era também o de uma oportunidade que não pode ser perdida.
Segundo ele, é hora de “virar o jogo” da diplomacia mundial com uma ação urgente e coordenada para lidar com as crises globais, de Gaza e Ucrânia ao Haiti e Sudão.
Língua portuguesa
Como todos os anos, a ONU News acompanha o Debate Geral destacando a participação dos países de língua portuguesa.
Brasil, Portugal, Angola e Moçambique estão escalados para discursar na terça-feira 23. Todos os discursos são proferidos em dois blocos: um de manhã e outro à tarde diretamente do Salão Nobre da Assembleia Geral.
Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa
Na quinta-feira, Guiné-Bissau assume a tribuna pela manhã. Timor-Leste chega ao microfone, à tarde. Na sexta-feira, será a vez de Cabo Verde falar à Assembleia Geral, o que ocorre à tarde. São Tomé e Príncipe fecha a participação dos países de língua portuguesa com uma intervenção na manhã de sábado, 27.
Ainda durante o evento, as Nações Unidas realizam reuniões e encontros de alto nível sobre temas prioritários na agenda da organização como economia, desigualdade de gênero, juventude, saúde e prevenção, oportunidades e riscos da inteligência artificial, fim de conflitos e guerras e o combate à proliferação nuclear, entre outros assuntos.
Todos os discursos serão transmitidos em tempo real pela TV ONU
Acompanhe a cobertura especial da ONU News. Os bastidores e destaques da Assembleia estão no nosso blog, no canal da ONU News no X e no YouTube.
*Monica Grayley é editora-chefe da ONU News Português
Acompanhe o calendário dos eventos de alto nível (em inglês)
22 de setembro
Commemoration of the 80th Anniversary of the United Nations
24 de setembro
Summit for a Sustainable, Inclusive and Resilient Global Economy
25 de setembro
Prevention and Control of Noncommunicable Diseases and the Promotion of Mental Health and Well-being
Commemoration of the 30th Anniversary of the World Programme of Action for Youth
Commemoration of the International Day for the Total Elimination of Nuclear Weapons
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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