Um medicamento injetável utilizado a cada seis meses pode ajudar na prevenção do HIV, o vírus que causa a Aids, segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS*.
Nesta segunda-feira, a agência divulgou novas diretrizes em Kigali, Ruanda, durante a 13ª Conferência da Sociedade Internacional de AIDS sobre Ciência do HIV.
Passo transformador
A OMS afirma que o uso do lenacapavir injetável, LEN, duas vezes ao ano, como uma opção adicional de profilaxia pré-exposição (PrEP) para prevenção do HIV, pode ajudar a reformular a resposta global ao vírus.
LEN, o primeiro produto de PrEP injetável semestral oferece uma alternativa altamente eficaz e de ação prolongada aos comprimidos orais diários e outras opções de ação mais curta.
Com apenas duas doses por ano, o lenacapavir representa um passo transformador na proteção de pessoas em risco de contrair o HIV – particularmente aquelas que enfrentam desafios com a adesão diária, o estigma ou o acesso a cuidados de saúde.
Acesso a todos
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus acredita na eficácia do medicamento. Segundo ele, o lenacapavir é a melhor opção: um antirretroviral de ação prolongada que, em ensaios clínicos, demonstrou prevenir quase todas as infecções por HIV entre pessoas em risco.
Ele disse que a OMS está comprometida em trabalhar com países e parceiros para garantir acesso de todos que precisam o mais rapidamente possível.
Somente no ano passado,1,3 milhão novas infecções por HIV foram notificadas. O impacto é maior entre profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, pessoas transgênero, usuários de drogas injetáveis, prisioneiros, crianças e adolescentes.
Teste de HIV
Como parte dessas diretrizes, a OMS recomenda uma abordagem de saúde pública para o teste de HIV, utilizando testes rápidos para apoiar a administração de PrEP injetável de ação prolongada, incluindo LEN e cabotegravir (CAB-LA).
A recomendação de teste simplificado remove uma grande barreira de acesso, eliminando procedimentos complexos e caros e permitindo a administração comunitária de PrEP de ação prolongada por meio de farmácias, clínicas e telemedicina.
Embora o acesso à LEN fora dos ensaios clínicos permaneça limitado no momento, a OMS insta governos, doadores e parceiros globais de saúde a começarem a implementar a LEN imediatamente em programas nacionais de prevenção combinada do HIV – enquanto coletam dados essenciais sobre a adesão, a adesão e o impacto no mundo real.
Recomendações adicionais da OMS
Pela primeira vez, as diretrizes de tratamento da OMS incluem uma recomendação clara para o uso de cabotegravir e rilpivirina injetáveis de longa ação (CAB/RPV) como uma opção alternativa de troca para terapia antirretroviral (TARV) para adultos e adolescentes que alcançaram supressão viral completa com TARV oral e não apresentam infecção ativa por hepatite B.
Essa abordagem foi elaborada para apoiar pessoas vivendo com HIV que enfrentam desafios de adesão a regimes orais.
As diretrizes atualizadas sobre a integração da prestação de serviços incluem recomendações para integrar serviços de HIV com doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como hipertensão e diabetes, bem como cuidados de saúde mental para depressão, ansiedade e transtornos por uso de álcool, aos serviços de HIV, juntamente com intervenções para apoiar a adesão à TARV. Além disso, novas diretrizes sobre o manejo de ISTs assintomáticas recomendam o rastreamento de gonorreia e/ou clamídia em populações-chave e prioritárias.
Mpox e desafios
Para pessoas vivendo com HIV que têm mpox e não receberam TARV ou que sofreram interrupção prolongada da TARV, o início rápido da TARV é fortemente recomendado. Além disso, recomenda-se a realização precoce do teste de HIV para indivíduos com suspeita ou confirmação de infecção por mpox.
Os procedimentos operacionais padrão da OMS enfatizam ainda mais a realização do teste de HIV e sífilis para todos os indivíduos com suspeita ou confirmação de mpox.
Em resposta aos desafios mais amplos enfrentados pelos programas de HIV, a OMS também emitiu novas orientações operacionais sobre a manutenção de serviços prioritários para o HIV em um cenário de financiamento em constante mudança. As orientações visam fornecer uma estrutura gradual para ajudar os países a priorizar serviços, avaliar riscos, monitorar interrupções e adaptar sistemas para proteger os resultados de saúde e preservar o progresso.
Mais de 40 milhões vivem com HIV
“Temos as ferramentas e o conhecimento para acabar com a AIDS como um problema de saúde pública”, disse a Dra. Meg Doherty, diretora do Departamento de Programas Globais de HIV, Hepatite e IST da OMS e nova diretora de Ciência, Pesquisa, Evidência e Qualidade para a Saúde. “O que precisamos agora é da implementação ousada dessas recomendações, fundamentadas na equidade e impulsionadas pelas comunidades.”
O HIV continua sendo um importante problema global de saúde pública. Até o final de 2024, estimava-se que 40,8 milhões de pessoas viviam com HIV, com cerca de 65% na Região Africana da OMS. Aproximadamente 630 mil pessoas morreram de causas relacionadas ao HIV em todo o mundo e estima-se que 1,3 milhão de pessoas tenham contraído o HIV, incluindo 120 mil crianças. O acesso à TARV continua a se expandir, com 31,6 milhões de pessoas recebendo tratamento em 2024, ante 30,3 milhões em 2023.
Financiamento e estratégias
Em um momento de redução de financiamento para HIV e saúde, as novas e atualizadas diretrizes da OMS oferecem estratégias práticas e baseadas em evidências para manter o ritmo.
Ao expandir as opções de prevenção e tratamento, simplificar a prestação de serviços e promover a integração com serviços de saúde mais amplos, elas apoiam respostas ao HIV mais eficientes, equitativas e resilientes. Agora é o momento de uma implementação ousada para garantir que esses ganhos se traduzam em impacto real.
A IAS 2025, a 13ª Conferência da IAS sobre Ciência do HIV, será realizada em Kigali de 13 a 17 de julho de 2025. É o encontro mais influente do mundo sobre pesquisa em HIV e suas aplicações.
Na IAS 2025, a OMS apresentará novas diretrizes normativas por meio de sessões satélite importantes e se engajará no mais alto nível para destacar inovações e promover a equidade em saúde, ao mesmo tempo em que alerta sobre os riscos representados pelo declínio do financiamento global da saúde.
*Informações da OMS.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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