À medida que a crise climática se acelera, os desastres naturais multiplicam-se de forma cada vez mais arrasadora. Em matéria de segundos, eles podem apagar conquistas de desenvolvimento que levaram décadas para existir.
Neste Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres, as Nações Unidas pedem um esforço global para “financiar a resiliência, não os desastres”, reforçando o alerta de que apenas 2% da assistência ao desenvolvimento e menos de 1% dos orçamentos públicos são atualmente destinados à redução de riscos.
Um dólar se transforma em quatro
Em mensagem sobre o Dia, o secretário-geral da ONU, António Guterres, sublinhou que o subfinanciamento da prevenção é “um erro de cálculo com consequências humanas e econômicas devastadoras”.
Guterres afirmou que para cada dólar investido em infraestrutura resiliente nos países em desenvolvimento, se poupa quatro dólares quando ocorrem desastres, considerando que os governos e doadores “devem ampliar urgentemente os investimentos em redução de risco, enquanto os setores público e privado precisam integrar o risco em todas as decisões”.
O secretário-geral apelou à ação imediata, enfatizando a importância do compromisso para enfrentar o aumento do risco com a subida do financiamento, de forma a construir “um futuro mais seguro e equitativo para todos”.
Guterres afirmou que para cada dólar investido em infraestrutura resiliente nos países em desenvolvimento, se poupa quatro dólares quando ocorrem desastres
O verdadeiro custo dos desastres
O impacto económico global de desastres naturais atinge US$ 2,3 trilhões por ano, quando incluídos os custos indiretos e ambientais. Os países em desenvolvimento suportam o maior peso, enquanto os mais ricos enfrentam perdas financeiras significativas.
Apesar disso, os investimentos em prevenção permanecem mínimos. Entre 2019 e 2023, apenas 2% dos projetos de assistência oficial ao desenvolvimento incorporaram metas de redução de riscos. Menos de 1% dos orçamentos públicos nacionais destinam-se a esta área, e o financiamento humanitário para preparação está em declínio.
As atuais estratégias públicas e privadas frequentemente ignoram os riscos climáticos, aumentando a vulnerabilidade.
O setor privado, responsável por 75% dos investimentos globais, é considerado crucial para inverter esta tendência.
Um apelo por estratégias nacionais integradas
O relatório divulgado pela ONU destaca que os governos devem integrar a redução de riscos e a adaptação climática nas suas estratégias nacionais, criando políticas que incentivem o investimento resiliente.
Regulamentações eficazes, acesso a dados sobre riscos e incentivos fiscais são apontados como medidas essenciais para promover decisões económicas sustentáveis.
O objetivo do Dia Internacional é claro: aumentar o financiamento para a redução de riscos e garantir que todos os investimentos públicos e privados sejam informados por dados de risco e concebidos para resistir a catástrofes futuras.
Menos da metade dos Países Menos Desenvolvidos e apenas um terço dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento têm sistemas de alerta precoce de múltiplos riscos.
Um legado de prevenção e solidariedade
Instituído em 1989, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, o Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres celebra o empenho global em construir uma cultura de prevenção e consciência do risco. Desde então, a ONU e seus parceiros vêm destacando o papel central das comunidades locais na mitigação dos impactos de catástrofes, muitas delas agravadas pelas mudanças climáticas.
O Quadro de Sendai para Redução do Risco de Desastres, adotado em 2015 no Japão, reforçou que os desastres atingem mais fortemente a nível local, onde a capacidade de resposta e preparação precisa ser urgentemente fortalecida.
Hoje, a ONU recorda que os custos dos desastres já ultrapassam 2,3 trilhões de dólares anuais e que os efeitos são sentidos em todos os continentes — desde as secas, que aumentaram 29% nas últimas duas décadas, até às inundações e ciclones tropicais, responsáveis por perdas médias de US$ 119,5 bilhões por ano.
Conclusão: investir na resiliência é investir no futuro
O tema deste ano — “Financiar Resiliência, Não Desastres” — resume a urgência da ação.
Ao reduzir os investimentos na prevenção, o mundo prepara o terreno para desastres mais caros, mais letais e mais frequentes.
A ONU reafirma que fortalecer a resiliência não é apenas uma questão de sustentabilidade, mas de justiça e segurança global.
Como destacou António Guterres, “cada investimento feito hoje em resiliência é uma vida salva amanhã.”
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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