São Tomé e Príncipe quer utilizar a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, no Brasil, para angariar mais apoio internacional para seus projetos de desenvolvimento sustentável.
Na semana passada, o ministro de Estado da Economia e Finanças, Gareth Haddad do Espírito Santo Guadalupe, falou à ONU News durante sua participação no Fórum sobre Financiamento para o Desenvolvimento, em Nova Iorque.
Portugal deu o primeiro passo
Para Guadalupe, os países desenvolvidos devem investir no perdão da dívida de nações em desenvolvimento, como o seu próprio país, e assim catapultar a ação climática.
O chefe da pasta da Economia e Finanças, e ex-chanceler de São Tomé e Príncipe, ressalta que a nação lusófona tem muito a oferecer na proteção dos ecossistemas por sua própria posição geográfica. Ele citou o caso de Portugal, que deu esse primeiro passo ao perdoar parte da dívida são-tomense.
“Nós já temos essa experiência com Portugal. Ainda é uma experiência piloto. Pelo menos com São Tomé e Príncipe. Portugal já tem essa com Cabo Verde, que já está mais avançado, que é, em vez de nós pagarmos, quer dizer, no fundo nós pagamos a Portugal. Só que o dinheiro retorna para São Tomé e Príncipe para financiar projetos de investimento ligados ao clima ou à proteção do meio ambiente. Portanto, isto é uma forma de fazer o perdão da dívida. Ou seja: pagamos, na mesma, o serviço da dívida, mas retorna para fazermos estes tais investimentos com benefício para o próprio país. Então, queremos que isso seja mais disseminado também ao nível dos países da Cplp e não só como uma forma também de financiamento para o clima.”
Cooperação com Angola
O ministro de Estado são-tomense lembra que toda a Ilha de Príncipe é parte da biosfera, assim como áreas da Ilha de São Tomé, mas o país não tem o espaço fiscal suficiente para adquirir créditos e financiar o próprio desenvolvimento sendo “devidamente compensado”.
Ao comentar a cooperação com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, ele ressaltou que dentro do bloco pode haver a troca da dívida para o desenvolvimento. Gareth Guadalupe citou a cooperação com Angola no fornecimento de combustível e energia. E disse que é hora de São Tomé financiar a transição energética aproveitando seus recursos naturais como o sol em abundância.
“Juntos somos mais fortes”
Neste mês da língua portuguesa, Gareth Guadalupe citou o papel do idioma nas relações diplomáticas. Ele defende mais presença do português em eventos internacionais e acredita que o interesse pelas nações de língua portuguesa deve-se também aos dividendos econômicos dos países emergentes para o mercado internacional.
“A Cplp é a única comunidade que tem países em todos os continentes. Temos o continente asiático, africano, europeu, americano. E isso faz de nós uma comunidade que aparentemente pode parecer pequena, mas é muito diversa. É muito rica em termos de cultura porque nós estamos aqui a fazer uma congregação de vários continentes, de várias culturas. Todos unidos por um denominador comum que é a língua portuguesa. Então, eu creio que isso desperta o interesse da comunidade internacional relativamente aos países da Comunidade da Língua Portuguesa.”
Em Nova Iorque, o ministro Gareth Guadalupe se reuniu com subsecretários-gerais do Departamento Econômico e Social da ONU, Desa, e dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento. Ele participou de uma mesa redonda sobre mecanismos inovadores de finanças públicas entre outros eventos.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
To submit your press release: (https://www.globaldiasporanews.com/pr).
To advertise on Global Diaspora News: (www.globaldiasporanews.com/ads).
Sign up to Global Diaspora News newsletter (https://www.globaldiasporanews.com/newsletter/) to start receiving updates and opportunities directly in your email inbox for free.