O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas, WFP, está a criar um ecossistema de serviços integrados que visam impulsionar o crescimento económico e o desenvolvimento rural em Gabu, leste da Guiné-Bissau.
As ações são parte do Projeto Uma Tabanca que está a ser implementado pela Cooperativa das Mulheres Camponesas da Região de Gabu, Camuca.
Bases para Maior Desenvolvimento
O projeto investiu numa solução de energia verde, gerou disponibilidade de água potável para melhorar praticas de cultivo, estimular a transformação de sistemas alimentares e alargar oportunidades económicas para jovens e mulheres, através de promoção do empreendedorismo.
A ideia é criar polos de desenvolvimento integrado nas comunidades beneficiarias. As intervenções da fase piloto ocorrem na localidade de Cumpaghor, arredores da cidade de Gabu onde um conjunto de serviços essenciais combinados vem sendo implementados.
Os serviços incluem dois aviários com capacidade combinada de 1200 galinhas instalados na comunidade e povoados com seiscentas aves. Metade deste total são poedeiras destinadas a produção de ovos e metade a produção de carne para abastecer a Cantina Escolar e o mercado regional.
Numa região que depende fortemente de ovos importados do Senegal, o projeto aparece como alternativa, explicou a presidente da Cooperativa das Mulheres, lembrando que o transporte deste produto frágil pode demorar até serei dias devido a situação das estradas e a burocracia.
Melhoria da Dieta Alimentar
Para Adama Candé uma sensibilização pode ajudar as comunidades a melhorarem a dieta alimentar, consumindo ovos localmente produzidos.
“Estamos a fazer sensibilizações para mostrar que consumir ovo Consumir ovos é muito valioso sobretudo para crianças, gravidas e idosos. Consumir um ovo é equivalente a um kg de carne que custa três mil em Gabu, um ovo custa cem francos. É mais fácil conseguir 100 francos cfa do que conseguir três mil”.
Segundo a ficha de produção diária, as poedeiras deitam em média entre 150 e 200 ovos e desde 31 de julho, início da atividade, foram produzidos mais de 8300 ovos e vendidos 7385. As perdas ao longo da cadeia de produção situam-se em torno de mil.
Um novo plano de negócio da Cooperativa prevê expandir a atividade de produção de ovos e de frangos de carne.
Dados oficiais dão conta que o índice de pobreza extrema no país é de 41 % e o quadro pode ser pior nas regiões, incluindo em Gabu onde a taxa de insegurança alimentar foi de 33% em 2024, afetando mais de 120 mil pessoas.
Batata-Doce e Arroz SRI
Prevê-se para a próxima época da chuva, as que inicia em maio, o arranque de produção em grande escala de batata-doce com polpa laranjada. As sementes encomendadas na região de Oio não chegaram a tempo e o perímetro hortícola vai acolher a experiência piloto de produção de batata na época seca em simultâneo com legumes.
O espaço de um hectare e meio equipado com sistema gota-a-gota foi palco este ano de cultivo de milho para alimentar os aviários e amendoim para angariar fundos.
Outra previsão é o início da produção intensificada de arroz nos 38 hectares de terra disponibilizados pela comunidade. Atualmente os trabalhos estão centrados na melhoria do perímetro que se encontra inundado devido as chuvas intensas que se fizeram sentir este ano.
Para a presidente da Camuca a Cantina Escolar é o foco primeiro da agência da ONU.
“PAM deseja que este projeto seja fornecedor da Cantina Escolar, por exemplo dar a cada criança um ovo tem mais-valia em relação aquela papa. O arroz que produzimos não leva químicos. Temos fezes de galinha que é estrume, podemos revertê-lo na produção hortícola e orizícola”.
Adama Candé, Presidente da Cooperativa das Mulheres Agricultoras de Gabu, Camuca
Cantina Escolar
Para além de arroz e ovo, o projeto conta fornecer a Cantina Escolar carne de frango, feijão, quiabo, beringela, produzidos com componentes orgânicos que podem ajudar na nutrição das crianças.
Os trabalhos de melhoria da bolanha, incluem a recuperação dos diques, ordenamento dos canteiros, abertura de canais de drenagem e fecho de bolanhas para evitar a incursão da arreia e cascalho para melhorar as colheitas.
O PAM vem incentivando os membros da comunidade a participarem nas ações voluntárias fornecendo arroz, óleo e sal. A experiência do ano passado em cinco hectares ficou frustrada por conta das inundações.
As associadas da cooperativa das mulheres camponesas beneficiaram de uma formação na matéria das técnicas de SRI que se acredita ser mais rentável do que as técnicas tradicionais de produção do arroz. A Agência formou também 62 crianças em corte e costura, das quais 48 meninas e 14 rapazes.
*Amatijane Candé é correspondente da ONU News em Bissau.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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