O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, manifestou profunda preocupação com a intensificação dos combates em Darfur do Norte, no Sudão, apelando a um cessar-fogo imediato, ao fim do cerco e ao acesso seguro e sem restrições para ajuda humanitária.

O chefe da ONU afirmou que, há mais de 18 meses, El Fasher e as áreas circundantes se tornaram “o epicentro do sofrimento” no país, com centenas de milhares de civis presos por um cerco cada vez mais apertado.

Aumento no número de vítimas civis

Guterres denunciou violações graves do direito internacional humanitário, incluindo ataques indiscriminados contra civis e infraestruturas, violência de gênero, ataques de motivação étnica e maus-tratos, exigindo o fim imediato destas ações.

As declarações reforçam o alerta sobre a situação em Darfur, onde os confrontos entre as Forças de Apoio Rápido, RSF na sigla em inglês, e o exército sudanês continuam atingindo um número crescente de vítimas civis e agravando uma das piores crises humanitárias do mundo.

A cidade de El Fasher, cercada há mais de um ano, enfrenta níveis alarmantes de fome, deslocamento e colapso total dos serviços básicos. O secretário-geral reiterou que “o acesso humanitário deve ser seguro, rápido e sem restrições”, destacando que o sofrimento da população não pode continuar a ser ignorado.

Crianças sentam-se ao lado de tendas improvisadas em El Fasher, Darfur do Norte, onde os combates intensificados deixaram milhares de pessoas presas

Uma cidade sitiada e em colapso

O chefe humanitário da ONU, Tom Fletcher, também apelou ao fim urgente da violência e ao acesso seguro para ajuda humanitária. Ele expressou profunda preocupação com a escalada da violência em El Fasher, capital do estado de Darfur do Norte.

De acordo com agências de notícias, a RSF reivindicou o controle total da cidade após tomar a sede da Sexta Divisão do Exército sudanês, um desenvolvimento que, se confirmado, representaria uma guinada decisiva na guerra civil que assola o país desde abril de 2023.

Civis em perigo e hospitais sob ataque

A ONU e as suas agências alertam para o agravamento das condições humanitárias em Darfur, onde ataques deliberados contra civis e infraestruturas médicas se tornaram recorrentes.

Neste mês, pelo menos 20 pessoas morreram em ataques a uma mesquita e ao hospital saudita, o último centro médico ainda funcional em El Fasher. Em setembro, quase 100 civis foram mortos em bombardeamentos semelhantes.

Fletcher reiterou que “os ataques contra civis, hospitais e operações humanitárias devem cessar imediatamente”, enfatizando que quem comete violações do direito internacional humanitário e dos direitos humanos “deve ser responsabilizado”.

Confrontos dentro e ao redor de El Fasher, no Sudão, forçaram muitas famílias a fugir em busca de segurança

Um apelo à paz e à responsabilidade internacional

O chefe humanitário apelou a um cessar-fogo imediato em El Fasher, em toda a região de Darfur e em todo o Sudão. Ele destacou que as partes em conflito devem respeitar o direito internacional e as obrigações definidas na Resolução 2736, 2024 do Conselho de Segurança, que exige o levantamento do cerco à cidade, a proteção dos civis e o acesso humanitário irrestrito.

Fletcher concluiu ressaltando que “os civis devem poder fugir em segurança ou permanecer com dignidade”, e que ninguém deve ser abandonado à fome ou ao medo”, reafirmando o compromisso da ONU em prestar assistência a todas as pessoas afetadas pelo conflito. 

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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