O presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, discursou esta quinta-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas. O líder africano iniciou a sua intervenção, reafirmando o apoio total do país, de língua portuguesa, aos “esforços incansáveis do secretário-geral, António Guterres, em prol da paz mundial e da cooperação internacional.”

Durante o seu discurso, ele destacou a importância de eleições livres e democráticas, defendeu reformas para maior representatividade do Sul Global, e sublinhou a necessidade de cooperação internacional para enfrentar crises globais e reduzir as desigualdades existentes.

Importância das agências

Sissoco Embaló reforçou a relevância das Nações Unidas, especialmente nos tempos de incerteza e crise global, como “o único fórum onde todas as nações — grandes e pequenas — têm um lugar e uma voz.”

“As suas agências, nomeadamente: OMS. Unesco, Unifef, FAO, PAM, HCR e outras tratam educação, vacinam, alimentam e protegem, todos os dias, milhões de seres humanos, e contribuem na luta contra a pobreza e a discriminação contra mulheres e meninas em todas as partes do mundo.”

Multiplicidade de crises

O presidente deixou também uma palavra sobre o impacto desproporcional que as desigualdades socioeconómicas, choques ambientais, a instabilidade política e as emergências humanitárias têm nos países em desenvolvimento.

O líder da Guiné-Bissau acredita que “o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, abrandou significativamente ou mesmo estagnou. O peso da dívida soberana dos países pobres está a aumentar, enquanto a ajuda ao desenvolvimento está a diminuir.”, desejando que o “Pacto para o Futuro” se concretize em ações e não apenas no papel.

Compromisso multilateral

Na sua intervenção, Umaro Sussoco Embaló, mencionou a importância da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp. Em julho, a Guiné-Bissau acolheu a 15.ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, e assumiu a presidência para o mandato 2025-2027.

“Durante o nosso mandato, continuaremos a trabalhar com todos os parceiros e organizações multilaterais com vista à implementação dos compromissos assumidos ao nível global. Nomeadamente, o Acordo de Paris sobre alterações climáticas e a Terceira Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano e a Quarta Conferência das Nações Unidas sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, realizada em Sevilha, em junho passado.”

O presidente da Guiné-Bissau se mostrou otimista para a realização da Conferência da ONU sobre Mudança Climática, COP30, marcada para Belém do Pará, no Brasil.

Crianças nas ruas de Bissau

Eleições pacíficas, livres, transparentes e credíveis

Relativamente à situação política da Guiné-Bissau, o presidente mencionou as eleições presidenciais e legislativas marcadas para 23 de novembro deste ano, garantindo que estão a ser criadas as condições necessárias para que as eleições sejam “realizadas de forma pacífica, livre, transparente e credível”.

O diálogo, a inclusão, a estabilidade política e a consolidação do Estado de Direito democrático foram as suas prioridades durante os últimos cinco anos.

Reformas urgentes para o futuro

Umaro Sissoco Embaló enfatizou a multilateralidade da ONU, “as Nações Unidas somos todos nós: os 193 Estados-Membros, além dos Estados observadores, ONGs, organizações da sociedade civil e outros atores representados nesta grande Sala da Assembleia Geral.”

O presidente guineense propôs, assim, reformas urgentes a serem implementadas pela ONU para enfrentar os desafios atuais. Entre elas encontram-se “reformas que reflitam as realidades geopolíticas atuais e os equilíbrios de poder globais; reformas que expandam e democratizem o Conselho de Segurança; reformas que proporcionem um lugar e uma voz ao Sul Global; e reformas que restaurem a confiança no multilateralismo e na cooperação internacional.”

*Inês Ricardo é estagiária da ONU News sob supervisão da redação.

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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