O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, manteve-se praticamente estável em agosto, em 130,1 pontos, pouco acima dos 130,0 de julho.
A ligeira subida nos óleos vegetais compensou quedas no valor do açúcar e dos cereais. Apesar da aparente estabilidade, a FAO alerta que os preços permanecem elevados em comparação com a média da última década e que os riscos à segurança alimentar mundial não diminuíram.
Milho subiu, arroz e trigo baixaram
O subíndice de preços dos cereais da FAO fixou-se em 105,6 pontos em agosto, representando uma queda de 0,8% em relação a julho e de 4.1% face ao mesmo mês de 2024.
FAO quer ganhos em produtividade e comércio acompanhados de políticas que ampliem o acesso equitativo e sustentável aos alimentos
A descida refletiu a ampla oferta global de trigo e menor procura na Ásia e no Norte de África, em linha com colheitas maiores na União Europeia e na Rússia.
Os preços do milho subiram, pelo terceiro mês seguido, devido ao calor na Europa e ao aumento da procura nos Estados Unidos. Já o arroz recuou 2%, pressionado pela forte concorrência entre exportadores.
Produção recorde de cereais e papel decisivo do Brasil
O novo relatório da FAO aponta para uma revisão em alta da produção global de cereais em 2025, puxada sobretudo pelo trigo e milho.
Na América do Sul, o Brasil destaca-se com expectativas de colheita recorde de milho e soja, consolidando o país como um dos maiores exportadores mundiais.
Comércio internacional de cereais deverá crescer 1,4%
A FAO ressalta que este desempenho tem impacto direto no comércio internacional, ajudando a equilibrar os estoques globais e a conter oscilações de preços, num momento de forte pressão sobre cadeias de abastecimento.
Perspectivas Positivas
A FAO projeta um ano de maior estabilidade alimentar no mundo. As safras globais de cereais deverão alcançar mais de 2,9 bilhões de toneladas em 2025, um recorde e 3,5% acima de 2024.
Já o comércio internacional de cereais deverá crescer 1,4%, para 493,4 milhões de toneladas, incluindo revisões em alta nas importações de arroz para países como Bangladesh, Gana e Guiné-Bissau.
Nos mercados de proteína animal, o Índice de Preços da carne avançou 0,6%, liderado pela valorização da carne bovina, sustentada pela forte procura dos Estados Unidos e da China, que impulsionou as exportações do Brasil e da Austrália; já a carne de aves registou ligeiras quedas devido à ampla oferta exportável brasileira.
O valor açúcar subiu 0,2% após cinco meses de descidas, refletindo preocupações com a cana-de-açúcar no Brasil e uma procura global mais firme. Em conjunto, estas safras abundantes, somadas à procura equilibrada de proteínas e açúcar, apontam para um mercado mais estável e com melhores perspetivas de abastecimento alimentar global ao longo de 2025.
Estabilidade não significa segurança alimentar
Embora as projeções sejam positivas, a FAO sublinha que a estabilidade dos preços internacionais não se converte, de forma automática, em maior disponibilidade alimentar para as pessoas em situação de vulnerabilidade.
Milhões continuam expostos a crises alimentares agravadas por conflitos armados, secas prolongadas e desigualdades nos acessos a recursos.
Para a organização, será fundamental que os ganhos em produtividade e comércio sejam acompanhados de políticas que ampliem o acesso equitativo e sustentável aos alimentos.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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