Exploração e violência sexual: milhões de crianças continuam em risco crescente

A ONU assinala neste 18 de novembro o Dia Mundial para a Prevenção e Cura da Exploração Sexual, Abuso e Violência Infantil.

A data, celebrada pela primeira vez em 2022, afirma a necessidade de eliminar e prevenir todas as formas de exploração, abuso e violência sexual infantil e de promover a dignidade e os direitos, incluindo a saúde mental e física e a cura, daqueles que sofrem exploração, abuso e violência sexual infantil.

Impactos profundos na saúde

As crianças, especialmente as meninas, correm um risco maior de sofrer sexo forçado e exploração, abuso e violência sexuais, tanto online como offline. No contexto atual de múltiplos desafios, as consequências dos mesmos, assim como o aumento das desigualdades, o agravamento da pobreza e a discriminação estrutural, continuam a exacerbar as situações que expõem as crianças à exploração, abuso e violência.

Além disso, 1 em cada 4 crianças com menos de 5 anos vive com uma mãe que é vítima de violência por parte do parceiro íntimo, o que aumenta o risco de trauma e exposição a ambientes inseguros.

Consequências duradouras

Para muitas vítimas e sobreviventes, a experiência de abuso infantil afeta a sua saúde física e mental e o seu bem-estar, e, por vezes, há consequências para toda a vida. Muitas vítimas e sobreviventes nunca revelam ou procuram justiça, reabilitação ou apoio devido à vergonha.

Os adultos que sofreram quatro ou mais experiências adversas na infância, incluindo abuso físico, sexual e emocional, têm 7 vezes mais probabilidades de se envolverem em violência interpessoal, como vítimas ou agressores, e têm 30 vezes mais probabilidades de tentarem suicídio ao longo da vida.

No digital, os riscos também são elevados, com 1 em cada 20 homens admitiu ter tido comportamento sexualizado online em relação a crianças que sabiam ter menos de 12 anos, evidenciando a urgência de reforçar a segurança online.

Apelo global à prevenção e proteção

O abuso e a exploração sexual de crianças constituem uma violação dos direitos humanos e um problema de saúde pública com consequências significativas para a saúde e o desenvolvimento globais.

As Nações Unidas convidam todos os Estados-Membros, organizações, líderes mundiais e sociedade civil a assumirem compromissos para garantir uma educação de qualidade, sensibilizar as pessoas sobre a necessidade de prevenir e eliminar a exploração, o abuso e a violência sexual infantil, incluindo online e offline.