As comunidades rurais em todo o mundo enfrentam desafios crescentes provocados pela crise climática. No entanto, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, são as mulheres que sofrem a carga mais pesada destes impactos, incluindo perdas financeiras significativas.

Em um estudo inédito lançado nesta terça-feira, a agência quantificou os custos monetários enfrentados por elas devido ao stress térmico, inundações ou secas.

Maiores prejuízos financeiros

O relatório “Clima Injusto” esclarece como as alterações climáticas afetam desproporcionalmente os idosos, as mulheres e populações rurais em situação de pobreza em países de rendimentos baixo e médio.

O documento revela que a desigualdade de gênero em particular impacta a capacidade de adaptação das mulheres às alterações climáticas e faz com que elas sofram maiores prejuízos financeiros.

Segundo a FAO, as famílias chefiadas por mulheres perdem 8% mais do seu rendimento todos os anos devido ao stress térmico do que os conjuntos familiares chefiados por homens. O total chega a US$ 37 bilhões por ano.

As inundações também têm um impacto na diminuição do rendimento dos das famílias lideradas por mulheres em 3%, o que equivale a US$ 16 bilhões por ano, em comparação com aquelas lideradas por homens.

De acordo com a diretora adjunta da Divisão de Transformação Rural e Igualdade de Gênero da FAO, Lauren Phillips, o desenvolvimento de políticas para promover processos de transformação rural inclusivos exige “melhores evidências sobre a forma como as alterações climáticas estão afetando os meios de subsistência e os comportamentos econômicos das populações rurais vulneráveis, incluindo mulheres, jovens e pessoas que vivem na pobreza”. 

Tenefo Votsirasoa é membro de uma associação de mulheres produtoras na aldeia de Ankilinanjosoa, Madagascar

Perdas podem chegar a 34%

Segundo ela, existem poucas evidências “comparativas, multinacionais e multirregionais” para compreender como a exposição aos choques climáticos e às alterações climáticas afeta “os motores da transformação rural e das ações adaptativas em diferentes segmentos das sociedades rurais”.

O relatório também conclui que se as alterações climáticas aumentarem mais um grau Celsius, os agregados familiares chefiados por mulheres poderão perder 34% do seu rendimento em comparação com aqueles chefiados por homens. 

Para Lauren Phillips, é uma “perda absolutamente enorme para as famílias que já sofrem com a pobreza e têm dificuldade em ter diariamente quantidades adequadas e saudáveis ​​de alimentos”.

O relatório utiliza dados de 24 países de rendimentos baixo e médio em cinco regiões e abrange 70 anos de dados climáticos diários, combinados com os rendimentos de mais de 100 mil famílias. Isso significa que os dados abrangem quase um bilhão de pessoas. 

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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