A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, celebra 80 anos este ano. Neste 16 de outubro, a agência da ONU abre suas portas para marcar também o Dia Mundial da Alimentação.
Durante toda a semana, líderes internacionais participam do Fórum Mundial da Alimentação, em Roma, com uma mensagem clara: o combate à fome e à má nutrição exige cooperação global, inovação e compromisso político. Dentre os chefes de Estado e Governo está o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que falou aos participantes na abertura do evento.
Unir o mundo contra a fome
“Hoje, o mundo produz comida suficiente para alimentar uma vez e meia a população mundial. Ainda assim, 663 milhões de pessoas, segundo a FAO, estão em situação de insegurança alimentar.”
Lula defendeu que os governos devem “incluir os pobres no orçamento e transformar o combate à fome em política de Estado.
Especialistas e representantes da sociedade civil também estão na sede da FAO para discutir soluções concretas que tornem os sistemas agroalimentares mais sustentáveis e inclusivos.
Na sua mensagem sobre o Dia Mundial da Alimentação, o secretário-geral da ONU recordou que, há oitenta anos, num mundo arrasado pela guerra, os países se uniram para derrotar a fome.
O secretário-geral alertou que as crises recentes demonstram que não se pode baixar a guarda.
Guterres afirmou que união, solidariedade entre fronteiras, setores, comunidades são necessários. E que o progresso só será possível através de sistemas alimentares que nutram as pessoas e protejam o planeta.
Um apelo à ação coletiva
Já o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, destacou que o mundo enfrenta um desafio duplo: a persistência da fome e o aumento da obesidade e do desperdício alimentar.
Dongyu acredita que a forma como se produz e se partilha alimentos está fora de equilíbrio, e que para isso se deve produzir mais com menos pois as ações tomadas hoje irão determinar o futuro das próximas gerações.
Segundo o diretor-geral, cerca de 673 milhões de pessoas, 8,2% da população mundial, vivem atualmente em situação de fome, e 2,3 mil milhões enfrentam insegurança alimentar. Ele lembrou que estas crises são agravadas pelas alterações climáticas, pelos conflitos e pela perda de biodiversidade.
Comparando a transformação dos sistemas alimentares a um mosaico, o diretor-geral sublinhou que “é preciso juntar muitas peças, de muitas cores e de muitas mãos, com criatividade e imaginação”.
O objetivo, segundo ele, é “trazer à vida um futuro mais justo e mais sustentável”, onde a comida seja sinónimo de paz, dignidade e prosperidade partilhada.
Lula defende combate à fome com justiça e cooperação
O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, participou no evento como orador principal e apelou a um esforço global para erradicar a fome. Ele afirmou que “o mundo produz comida suficiente para todos, mas milhões ainda passam fome por causa das desigualdades persistentes”.
Lula defendeu que os governos devem “incluir os pobres no orçamento” e transformar o combate à fome em política de Estado.
Reforçou ainda a importância do multilateralismo e da cooperação internacional, reconhecendo o papel fundamental da FAO, enfatizando que “enquanto houver fome, a FAO continuará indispensável.”
São Tomé e Príncipe: o ouro doce do cacau sustentável
Entre os projetos que simbolizam o impacto duradouro da FAO, destaca-se a iniciativa de cacau sustentável em São Tomé e Príncipe, apoiada pela organização em parceria com o governo local. O projeto, que integra o Programa Iniciativa de Restauração ajuda agricultores, sobretudo mulheres, a restaurar florestas degradadas e a produzir cacau orgânico e de comércio justo.
A produtora Camila Varela de Carvalho, que trabalha com a cooperativa Cecab, é um exemplo de transformação. Carvalho afirmou que o cacau mudou a sua vida, e que com o dinheiro que ganha, consegue alimentar e educar os seus filhos.
Graças à iniciativa, mais de 8.000 hectares de terras agroflorestais já foram recuperados, e a meta é alcançar 36.000 hectares até 2030. O reconhecimento da FAO ao sistema agroflorestal do país como Património Agrícola de Importância Global, Giahs, reforça a importância da agricultura tradicional na proteção ambiental e na resiliência climática.
80 anos de compromisso com a segurança alimentar
Com a presença de dez chefes de Estado e mais de cem ministros e vice-ministros, o Fórum marca um momento histórico. Ao celebrar oito décadas de existência, a FAO renova o seu compromisso de trabalhar “mão a mão” com governos, produtores, cientistas e comunidades para garantir um mundo livre da fome.
Dongyu reiterou que “todos têm um papel a desempenhar”, desde os agricultores aos consumidores, dos jovens aos líderes políticos, sublinhando que só juntos podemos garantir um futuro onde ninguém fique para trás.
O Dia Mundial da Alimentação, celebrado todos os anos a 16 de outubro, lembra que cada ação conta para construir um sistema alimentar mais justo e sustentável.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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