A adaptação às mudanças climáticas não é opcional nem é caridade, ela é absolutamente essencial. Essa é a opinião do secretário-executivo da ONU para Mudança Climática, Simon Stiell.
Falando de Brasília, onde apresentou o Relatório de Progresso sobre Planos Nacionais de Adaptação, ele disse que a 30ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática, COP30, marcada para novembro, em Belém do Pará, deve focar em “acelerar o ritmo”.
O secretário-executivo da ONU para Mudança Climática, Simon Stiell
Conferência no Brasil será “teste da solidariedade global”
O chefe de clima acredita que a adaptação será uma questão central na conferência e espera que as partes cheguem a um acordo sobre indicadores e trabalhem para fechar a lacuna de financiamento.
Stiell adicionou que o roteiro para mobilizar US$ 1,3 trilhão será fundamental na COP30 e que o evento será um “teste fundamental da solidariedade global”.
O secretário-executivo pediu que a conferência sirva para mostrar que as nações estão totalmente a bordo da cooperação climática, para estimular uma implementação mais rápida e ampla e para conectar a ação climática à vida real.
Impactos mais “intensos e desiguais”
O chefe do Unfccc, ressaltou que a cada ano, os impactos das mudanças climáticas se tornam “mais intensos e desiguais”.
Ele contou que em agosto voltou para a ilha de Carriacou, em Granada, onde nasceu.
O local foi devastado pelo furacão Beryl, no ano passado. Segundo ele, a situação lá é “preocupante” e embora “o espírito do povo seja incrivelmente forte, muitos continuam lutando para reconstruir suas vidas”.
O chefe de clima ressaltou que adaptação significa proteger as comunidades do agravamento de inundações, secas, incêndios florestais e tempestades, e ao mesmo tempo, proteger as economias.
Ele enfatizou que cadeias de suprimentos globais, sistemas alimentares, instalações vitais de saúde e segurança energética dependem da resiliência climática.
Emely Becandan fica ao lado de sua casa destruída pelo furacão Beryl
O “poder transformador” de investir em resiliência climática
Para Stiell, o investimento em adaptação vai além de proteger vidas e meios de produção, pois permite que “comunidades e países prosperem apesar das mudanças climáticas”.
Ele declarou que os Planos Nacionais de Adaptação são fundamentais para liberar esse “poder transformador” de investir em resiliência climática.
O relatório apresentado, nesta terça-feira em Brasília, revela que quase todos os países em desenvolvimento estão trabalhando em seus planos de adaptação.
Dentre eles, 67 fizeram a entrega formal do documento à Comissão das Nações Unidas para a Mudança Climática, Unfccc, incluindo 23 dos Países Menos Desenvolvidos e 14 Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.
Stiell caracterizou este quadro como um “grande compromisso coletivo”, apesar da capacidade e dos recursos muito limitados.
“Os investidores não têm mais desculpas”
Além disso, ele destacou que a adaptação está sendo cada vez mais integrada aos planos nacionais de desenvolvimento e que os países estão implementando mecanismos de coordenação, estratégias de financiamento e sistemas de monitoramento.
O secretário-executivo da Unfccc também mencionou aspectos preocupantes do relatório, com destaque para a dificuldade que muitos países ainda enfrentam para acessar financiamento. Alguns dos desafios são processos de aprovação complexos, suporte fragmentado e dependência excessiva de especialistas externos.
Stiell afirmou que esses planos esclarecem, país por país, setor por setor, quais são as prioridades, necessidades e oportunidades, portanto, “os investidores não têm mais desculpas”.
*Felipe de Carvalho é redator da ONU News Português.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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