O subsecretário-geral da ONU para Assistência Humanitária, Tom Fletcher, falou aos membros do Conselho de Segurança sobre a situação em Gaza e perguntou se eles podem imaginar o que dirão às gerações futuras sobre as decisões que tomaram sobre o tema.
Segundo ele, o grupo tem o poder de deter “a atrocidade do Século 21, testemunhada diariamente em Gaza”.
População confinada em apenas 30% do território
Em sessão sobre o Oriente Médio, nesta terça-feira, Fletcher disse que “Israel está impondo deliberada e descaradamente condições desumanas aos civis no Território Palestino Ocupado”.
O subsecretário-geral ressaltou que por mais de 10 semanas, “nada entrou em Gaza, nem comida, nem medicamentos, nem água, nem tendas”.
Centenas de milhares de palestinos foram, mais uma vez, deslocados à força e confinados em espaços cada vez menores, já que 70% do território de Gaza está dentro de zonas militarizadas israelenses ou sob ordens de deslocamento.
Fletcher explicou que os poucos hospitais que resistiram ao bombardeio estão sobrecarregados. Os médicos não conseguem conter tantos ferimentos e a propagação de doenças.
Nesta terça-feira, o Hospital Europeu de Gaza em Khan Younis foi bombardeado, novamente, com vítimas civis.
O chefe de assistência humanitária da ONU, Tom Fletcher, visita o norte de Gaza para conversar com pessoas que estão tentando reconstruir suas vidas em meio aos escombros
Apelo por acesso humanitário
O pedido de Fletcher aos membros do Conselho de Segurança é que possibilitem que os profissionais humanitários voltem a trabalhar, retomando a ajuda, em larga escala, de formas neutra, imparcial e independente.
A ONU dispõe de suprimentos vitais prontos nas fronteiras e mecanismos rigorosos para garantir que a ajuda “chegue aos civis, e não ao Hamas”.
O chefe humanitário disse que a proposta de Israel para entrega de ajuda não é a solução, pois “condiciona o auxílio a objetivos políticos ou militares”. O modelo exclui muitas pessoas, força mais deslocamento e expõe milhares de palestinos a danos e riscos, segundo ele.
Fletcher revelou que a ONU teve 12 reuniões com autoridades de Israel para discutir o plano. Ele chamou a proposta de “espetáculo cínico e distração deliberada”, por causar mais violência, deslocamento e colocar a fome como “moeda de troca”.
Situação na Cisjordânia é “a pior em décadas”
O subsecretário-geral adicionou que a violência está aumentando na Cisjordânia, onde a situação é a “pior em décadas”.
Fletcher lembrou que o Conselho de Segurança já recebeu muitas informações e perguntou que provas adicionais são necessárias para que sejam tomadas ações decisivas.
Degradação do direito internacional é “corrosiva e infecciosa”
O chefe de Ajuda Humanitária lembrou casos anteriores de graves violações dos direitos humanos e do direito humanitário, como Mianmar em 2019, Sri Lanka em 2012, e Srebrenica e Ruanda, ambos em 1999.
Ele enfatizou que a revisão de todos esses casos apontou a falha coletiva em se posicionar contra as violações enquanto elas eram cometidas.
Para Fletcher, essa “degradação do direito internacional é corrosiva e infecciosa” e está abalando décadas de progresso em regras para proteger os civis da desumanidade e da violência. O representante da ONU afirmou que a humanidade, a lei e a razão devem prevalecer.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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