Cabo Verde participou do debate de líderes internacionais da Assembleia Geral da ONU ressaltando a importância da organização para o mundo, em oito décadas de história.
O país foi representado pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que defendeu a participação das mulheres no espaço de decisão como uma forma crucial de se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.
Reforma do Conselho de Segurança
“Acreditamos que a aceleração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável depende do empoderamento da mulher. Continuaremos a ser firmes defensores desta causa. Dentro e fora das Nações Unidas. Defendemos a urgente e necessária reforma do Conselho de Segurança em conformidade com o posicionamento da África.”
O primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva apelou ao reforço da governação global, destacou compromissos com a sustentabilidade dos oceanos e sublinhou a importância da língua portuguesa como elo de cooperação.
Num cenário internacional marcado por conflitos armados, crises humanitárias e aceleração das alterações climáticas, o chefe do governo cabo-verdiano disse que o mundo precisa de uma ONU fortalecida, capaz de “agir como regulador global, mobilizando vontade política para a paz, o desenvolvimento sustentável e os direitos humanos”.
Igualdade e multilateralismo
Correia e Silva destacou a revitalização da Comissão sobre o Estatuto da Mulher como instrumento central do multilateralismo e sublinhou ainda a importância do “Pacto do Futuro” e do “Compromisso de Sevilha” para dinamizar a Agenda 2030, afirmando que “o que está em causa é a dignidade humana de milhões de pessoas, vivendo em países reais, com necessidades reais”.
Liderança em sustentabilidade
Cabo Verde tem sido um dos Estados-membros mais ativos em temas de ação climática e foi um dos intermediadores da Declaração de Nice sobre os Oceanos.
“Cabo Verde é um SIDS (um Pequeno Estado-Ilha em Desenvolvimento) ativo, dinâmico e comprometido com a agenda multilateral. Participamos ativamente da Terceira Conferência dos Oceanos. Fomos escolhidos para co facilitar, juntamente com a Austrália, as negociações que conduziram à Declaração de Nice contendo compromissos firmes para a sustentabilidade dos oceanos.”
O primeiro-ministro de Cabo Verde também elogiou a entrada em vigor de acordos históricos sobre biodiversidade marinha em áreas além da jurisdição nacional e sobre subsídios à pesca, que considerou “ferramentas decisivas para proteger a biodiversidade e a segurança alimentar”.
Ação climática e sobrevivência
No plano climático, Correia e Silva apelou a compromissos claros de todos os Estados, sobretudo dos maiores emissores, para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC. Afirmou que “não se trata apenas de uma reivindicação, mas de uma questão de sobrevivência para todos, todos, todos”, salientando o papel crucial da COP30, que se realizará em Belém, no Brasil, para assegurar uma ação justa e ambiciosa.
O primeiro-ministro reafirmou os valores democráticos de Cabo Verde e destacou a pertença do país a espaços de integração como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, sublinhando o português como “língua de afinidades culturais e de cooperação estratégica”.
Acrescentou que a localização do arquipélago o torna parceiro essencial em segurança marítima, no combate ao narcotráfico, tráfico humano e pesca ilegal, em cooperação estreita com a União Europeia, Estados Unidos e Brasil.
Melhor juntos
Correia e Silva assumiu a tribuna da Assembleia Geral enquanto a mesma era presidida pela embaixadora do país nas Nações Unidas, Tania Romualdo, uma das 21 vice-presidentes da Casa.
Ele citou alguns dos desafios que a ONU enfrenta hoje como guerras e conflitos armados e disse que nenhuma nação sozinha pode resolver todos os desafios.
“Crises humanitárias de enorme magnitude. Expansão do populismo e do extremismo diante de um sistema estruturado que luta para impor um sistema que elimina fronteiras entre a democracia e autocracia, entre a verdade e a mentira. Este mundo turbulento assiste impotente à aceleração das alterações climáticas ameaçando o planeta Terra e a humanidade. Nenhum país está imune a este movimento disruptivo.”
Ulisses Correia e Silva reiterou o compromisso de Cabo Verde com ser “uma voz construtiva, um parceiro ativo e um país comprometido em ser útil à comunidade internacional. E em seguir cooperando para que todos possam ser melhor juntos, reforçando o lema da Assembleia Geral este ano.
*Afonso Vilas Boas é estagiário da ONU News sob supervisão da redação. Apresentação: Monica Grayley.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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