O Banco Mundial identificou fragilidades ao longo da cadeia de abastecimento alimentar que provocam inflação nos preços dos alimentos e perdas pós-colheita.
Isto deixa a Africa vulnerável a choques climáticos, conflitos e atrapalha o abastecimento global.
Importações
A análise destaca os transportes como componente essencial para lidar com os desafios da segurança alimentar, tendo em conta que apenas quatro mercadorias respondem por 45% da ingestão calórica no continente e parte delas são importadas da Europa, Asia do Sul e outros locais.
A conetividade dos transportes é deficiente, os custos comerciais elevados e serviços portuários e fronteiriços pouco eficientes. A consequência são longas cadeias de abastecimento alimentar que dificultam a chegada dos produtos básicos às pessoas de forma fiável.
Em Africa, os portos movimentam 14% de todos os alimentos importados e comercializados. Nos países sem litoral a movimentação é de 22% e 37% nos países de rendimento mais baixo.
As importações de trigo, arroz e milho são cerca de 125 milhões de toneladas por ano, mas grande parte destes alimentos não chega ao destino.
Transporte de carga em um porto da República Democrática de São Tomé e Príncipe
Atrasos e aumento de custos
Com infraestruturas deficientes, sistemas de gestão logística obsoletos e falta de equipamentos para lidar com produtos agrícolas, o Banco Mundial teme que os portos enquanto primeiro ponto de entrada de muitos alimentos, sejam a primeira barreira à segurança alimentar.
Propostas para superar desafios das cadeias de abastecimento alimentar incluem melhorias nas infraestruturas, logística e quadro regulamentar nos 10 portos marítimos que movimentam o equivalente a 78 mil milhões de quilocalorias por ano em Africa.
Rede de rotas e ligações
Segundo especialistas, bons sistemas de transporte são vitais para a entrega e disponibilidade de alimentos a preços acessíveis. Desafios com as infraestruturas, logística e as regulamentações criam uma longa cadeia de abastecimento e reduzem a quantidade de alimentos que chega às pessoas.
Em média, os alimentos percorrem cerca de 4 mil km em 23 dias, quatro vezes mais do que na Europa.
A jornada aumenta as probabilidades de perda, deterioração e atraso na chegada dos alimentos aos mais necessitados. As causas incluem portos congestionados, estradas intransitáveis e processos fronteiriços complexos.
Os desafios são mais acentuados especialmente nos países com maiores riscos de insegurança alimentar, estradas em ruínas, redes de transporte deficientes e instalações de armazenamento inadequadas ou indisponíveis. A situação limita a capacidade dos agricultores transportarem os produtos ao mercado e os consumidores acederem os alimentos a preços acessíveis.
Um homem vende alimentos em Birao, na República Centro-Africana, para onde milhares de refugiados do Sudão se mudaram
Infraestrutura de armazenamento
Por conta do armazenamento inadequado, redes de transporte deficientes e logística ineficiente, o estudo estima que cerca de 20% dos cereais, 25% do arroz e do milho e até 40% das frutas e legumes são perdidos na África Subsariana.
As estimativas mostram que a quantidade de mandioca, milho, arroz e trigo perdida em cada ano aumentou de 22,5 milhões de toneladas em 2010 para 33,8 milhões de toneladas em 2022 – o equivalente a 30% das importações destas mercadorias.
Armazenamento adequado pode reduzir significativamente as perdas, garantindo que mais alimentos cheguem aos consumidores e menos é desperdiçado. o armazenamento também é critico para evitar atrasos e garantir um fornecimento constante de alimentos, evitando escassez que agrave a insegurança alimentar.
*Amatijane Candé, correspondente da ONU News em Bissau, com informações do Instituto Universitário das Nações Unidas para Água, Meio Ambiente e Saúde.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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