A sequência alarmante de temperaturas fora do comum continuou em 2025, que deve ser o segundo ou terceiro ano mais quente desde o início dos registros de temperatura. A informação é da atualização do relatório “Estado do Clima Global”, divulgado pela Organização Meteorológica Mundial, OMM.

Os últimos 11 anos, de 2015 a 2025, foram, individualmente, os mais quentes nos 176 anos de apontamentos, com os últimos três anos a serem os três mais quentes já notificados.

Impacto dos eventos extremos

De janeiro a agosto deste ano, a temperatura média global ficou 1,42ºC acima da média pré-industrial, apenas ligeiramente abaixo do recorde de 2024.

As concentrações de gases de efeito estufa e o calor dos oceanos, que atingiram níveis recordes em 2024, continuaram a subir. O gelo marítimo do Ártico atingiu a menor extensão já vista, enquanto o gelo da Antártida permaneceu abaixo da média durante todo o ano.

Eventos extremos relacionados ao clima e ao tempo, que variaram de chuvas arrasadoras e inundações a calor e incêndios florestais, tiveram fortes impactos na vida das pessoas, meios de subsistência e sistemas alimentares.

A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, afirmou que, devido à sequência destes eventos, será praticamente “impossível limitar o aquecimento global a 1,5 graus nos próximos anos sem ultrapassar temporariamente essa meta”.

Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, referiu que “cada ano acima de 1,5 graus afetará as economias, aprofundará as desigualdades e causará danos irreversíveis.”

Um jovem rapaz na Tailândia faz uma pausa enquanto trabalha sob um calor intenso como operário

Oceanos continuam a aquecer

O conteúdo de calor dos oceanos continuou a aumentar em 2025, indicando a rapidez com que o sistema terrestre está a reter o excesso de energia na forma de calor. Mais de 90% dessa energia é utilizada para aquecer os oceanos.

O aquecimento dos oceanos tem consequências a longo prazo, como a degradação dos ecossistemas marinhos, perda de biodiversidade e o enfraquecimento do papel dos oceanos como sumidouros de carbono. O que também intensifica tempestades tropicais e subtropicais, acelera a perda de gelo marinho nas regiões polares e provoca o aumento do nível do mar.

A taxa de elevação do nível do mar aumentou desde o início dos registros por satélite, quase duplicando de 2,1 milímetros por ano entre 1993 e 2002 para 4,1 mm/ano entre 2016 e 2025.

Gelo marinho e glaciares em declínio

A extensão do gelo marinho do Ártico atingiu 13,8 milhões de km² em março, a menor extensão máxima já registada, e caiu para 4,6 milhões de km² em setembro. Na Antártida, tanto o mínimo (2,1 milhões de km²) quanto o máximo (17,9 milhões de km²) ficaram entre os três menores da história.

Todos os sistemas glaciares monitorizados pelo Serviço Mundial de Monitorização de Glaciares indicam um balanço de massa anual global de −1,3 m de equivalente em água, equivalente a 1,2 mm de aumento médio global do nível do mar e à maior perda de gelo registada desde 1950.

Gases de efeito estufa em níveis recorde

As concentrações atmosféricas dos três principais gases de efeito estufa — dióxido de carbono, metano e óxido nitroso — atingiram níveis recordes observados em 2024 e continuam a aumentar em 2025.

O CO2 alcançou 423,9 partes por milhão, ppm, em 2024, um aumento de 53% desde a era pré-industrial. O aumento na concentração de 2023 a 2024 foi de 3,5 ppm, o maior já observado.

Energia renovável e resiliência

O calor recorde de 2024 fez a procura global de energia subir 4% acima da média de 1991–2020. Na África Central e Austral, a procura foi quase 30% superior ao normal.

Com a expansão da capacidade global de energia renovável, a integração de dados e ciência climática torna-se essencial. Os indicadores energéticos baseados em informações climáticas permitem estimar os impactos em cada cadeia, desde a geração à distribuição da mesma.

O aumento do nível do mar ameaça cidades globais como Nova Iorque

Apoio de serviços climáticos

O relatório sobre o Estado do Clima Global 2025 para a Cimeira da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, COP30, em Belém, Brasil, serve como referência científica para fundamentar as negociações da COP.

O relatório destaca os principais indicadores climáticos e a sua relevância para apoiar a formulação de políticas, fornecendo um panorama de como a comunidade da OMM está a apoiar os tomadores de decisão com informações meteorológicas e climáticas.

Desde 2015, o número de países que relatam sistemas de alerta precoce multirriscos, MHEWS na sigla em inglês, mais do que duplicou – de 56 para 119 em 2024. No entanto, 40% dos países ainda não dispõem dessas capacidades.

Os Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais, NMHSs, têm um papel cada vez mais importante nos planos de ação climática, com quase dois terços dos NMHSs a prestar algum tipo de serviço climático. 

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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