O aumento dos conflitos, o agravamento da fome, os cortes no financiamento global e o colapso dos serviços básicos estão a levar as necessidades humanitárias das crianças a níveis extremos em todo o mundo.

Na quarta-feira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, lançou um apelo para a Ação Humanitária para Crianças de 2026  sublinhando a urgência de compromissos globais reforçados.

Sobreposição de crises

São necessários US$ 7,66 bilhões para fornecer assistência vital a 73 milhões de crianças em 133 países e territórios no próximo ano. Os beneficiários incluem 37 milhões de meninas e mais de 9 milhões de crianças com deficiência.

A agência informou que a sobreposição de crises aumenta em todas as regiões, colocando cada vez mais crianças em situações de emergência.

Em todo o mundo, os conflitos crescentes, as deslocações em massa, os ataques contínuos a escolas e hospitais e outras formas de violência expoem as crianças a violações graves dos seus direitos.

Em muitas crises, os menores de idade e os trabalhadores humanitários que tentam chegar até eles são deliberadamente alvejados.

Crianças palestinas deslocadas em Gaza, em fevereiro de 2025

Vida das crianças

Segundo a diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, a vida das crianças vem sendo moldada por “forças que estão muito além do seu controle, enfrentando desafios extraordinários.

Os cortes de financiamento anunciados e previstos para 2025 limitaram a capacidade da agência de chegar a milhões de crianças necessitadas.

Nos programas de nutrição, um déficit de financiamento de 72%, obrigou a cortes nas metas planeadas, reduzindo o número de beneficiários de mais de 42 milhões para cerca de 27 milhões de mulheres e crianças. Na educação, um déficit de US$ 745 milhões deixou milhões de crianças em risco de perder o acesso à aprendizagem.

Restrições ao acesso humanitário

Na área da proteção infantil, a redução dos recursos ameaça programas de apoio a sobreviventes de violência sexual e a crianças que carecem de apoio urgente em saúde mental.

Simultaneamente, o acesso humanitário tem sido limitado. Em muitas emergências, o Unicef e os seus parceiros não conseguem chegar às crianças sitiadas atrás das linhas de frente, tornando a diplomacia humanitária essencial para garantir o acesso e proteger as crianças de violações crescentes.

A agência alerta que mais de 200 milhões de crianças precisarão de assistência humanitária em 2026, muitas delas em crises prolongadas. Há gerações inteiras em risco de desnutrição, sem acesso à educação e expostas a surtos de doenças.

Crianças deslocadas em uma sala de aula em Bagdá, Iraque

Adaptação e resiliência

O Unicef vem ajustando a ação humanitária para operar num panorama em mudança, priorizando intervenções que salvam vidas, reforçando parcerias com governos e atores locais e investindo na preparação de ações antecipadas.

Em 2026, o valor necessário inclui 23 apelos nacionais, quatro crises multinacionais, sete regionais e um apelo global. O foco concentra-se no Sudão, Afeganistão e Territórios Palestinianos, Síria e República Democrática do Congo.

Moçambique também se encontra na lista, com um apoio monetário de US$ 58,75 milhões. A expectativa é alcançar 117 milhões de pessoas, incluindo 73 milhões de crianças.

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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