Monica Grayley*
Portugal estabeleceu em seu 25º Programa de Governo que o português deve se tornar língua oficial das Nações Unidas até 2030.
A proposta de Portugal foi endossada pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante o Encontro de Cúpula dos dois países, em Brasília, e posteriormente foi adotada como um projeto de todos os integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp.
Futuro sem medo
A declaração é do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Nesta entrevista à ONU News, ele disse acreditar que o prazo de 2030 para “cumprir a promessa” não é curto e que os países podem chegar lá.
“Eu acho que vai dar tempo. Vai sempre a tempo. Aliás é uma ideia nossa, mas é uma ideia brasileira. É uma ideia de toda a Cplp. E é fundamental porque todo o mundo está aprendendo português. E é fundamental porque é uma língua franca. É uma das cinco línguas mais faladas no mundo. E uma das duas mais faladas no Hemisfério Sul e uma das duas mais faladas no digital. E, portanto, isto significa… Mas não é só língua. É juventude. Não é só juventude. É mobilidade. Claro que este tempo é um tempo anti mobilidade. E é um tempo cheio de hiper nacionalismos, de fechamento, de desconfiança, de medo. É um erro. Ninguém constrói o futuro com medo. Só com esperança.”
A proposta de internacionalizar o português tornando a língua oficial de nove países-membros da Cplp e da Região Administrativa de Macau, na China, foi apresentada pelo Governo de Portugal, em 2008, e confirmada por todos os países do bloco. De lá para cá, algumas ações ocorreram, mas a maior parte da proposta continua no papel.
Academias de línguas na lusofonia
A lusofonia tem hoje mais que o dobro de Academias da Língua, que tinha em 2008. Em 2022, o Brasil iniciou o Instituto Guimarães Rosa para ensino da língua em seus leitorados espalhados pelo mundo. O Instituto Camões, da Cooperação e da Língua, de Portugal, com sede em Lisboa, colabora com outras instituições de língua como a Aliança Francesa para promover o português em várias partes do globo.
Desde então, nasceu também o espaço das 3 línguas: português, espanhol e francês.
Em todo o globo, o português é falado num universo de quase 300 milhões de pessoas. Na diáspora, existem pelo menos 7 milhões de falantes, segundo o Instituto Internacional de Língua Portuguesa, Illp, com sede em Cabo Verde.
Atualmente, a ONU tem seis línguas oficiais: árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo.
De volta às salas de aula
O chefe de Estado português é um dos maiores promotores do idioma mantendo a tradição de seu antecessor, o ex-presidente Aníbal Cavaco Silva.
Ao ser perguntando nesta entrevista como queria ser lembrado após deixar a Presidência de Portugal, no próximo ano, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa disse que quer ser visto como a mesma pessoa que sempre foi.
“Para dizer como gostaria de ser conhecido é assim: entrei como era, fui como era e saio como era. Isto é próximo das pessoas. Fui como professor, como comunicador, como político. Mas políticos dos sem-abrigo, não somente político dos partidos, político dos jovens, políticos dos auscultadores informais, das causas sociais. Fui assim e quero ser assim.”
Mas o projeto pós-reforma já está decidido. Ele deve voltar às salas de aula no ensino secundário para ajudar a formar a juventude e seguir compartilhando suas experiências na construção de um futuro melhor para os portugueses e para todos.
*Monica Grayley é editora-chefe da ONU News Português.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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