O alto comissário dos direitos humanos das Nações Unidas, Volker Turk, alertou para o risco de uma nova onda de atrocidades no Sudão.

Os combates pioraram na região de Kordofan entre as Forças Armadas Sudanesas, SAF, as Forças de Apoio Rápido, RSF, e o Movimento Popular de Libertação do Sudão–Norte, Splm-n.

Bombardeamentos e execuções

Desde 25 de outubro, quando a RSF tomou a cidade de Bara, no Kordofan do Norte, o Escritório de Direitos Humanos da ONU documentou pelo menos 269 mortes de civis. As perdas humanas foram causadas por ataques aéreos, bombardeamentos de artilharia e execuções sumárias.

Apesar das falhas nas telecomunicações e na internet dificultarem a verificação de dados, o que indica que o número real de vítimas poderá ser mais elevado, há ainda relatos de detenções arbitrárias, raptos, violência sexual e recrutamento forçado, incluindo de crianças.

Em 3 de novembro, um drone da RSF atingiu uma tenda onde ocorria um velório em El Obeid, no Kordofan do Norte, matando alegadamente 45 pessoas, na maioria mulheres.

Situação humanitária crítica

Já em 29 de novembro, um ataque aéreo das SAF em Kauda, no Kordofan do Sul, teria provocado pelo menos 48 mortos, a maioria civis. Desde então, os combates intensificaram-se nos três estados de Kordofan.

As cidades de Kadugli e Dilling, no Kordofan do Sul, estão sob cerco da RSF e do Splm-n, enquanto El Obeid encontra-se parcialmente cercada no Kordofan do Norte.

A situação humanitária é crítica: a fome foi confirmada em Kadugli e existe risco iminente em Dilling. Todas as partes envolvidas continuam a bloquear o acesso humanitário.

Sudão está em conflito desde abril de 2023 (Foto de arquivo)

Deslocações em massa e restrições humanitárias

O agravamento da violência em novembro provocou deslocações em grande escala, com mais de 45 mil pessoas a abandonar as suas casas em busca de segurança dentro ou fora da região de Kordofan.

A comunidade humanitária no Sudão alertou que os ataques contra civis e infraestruturas civis estão a restringir o acesso a alimentos, medicamentos e serviços essenciais, além de impedir o acesso dos agricultores aos campos e mercados.

Ataques contínuos

Em Kadugli, foram identificadas condições de fome, enquanto em Babanusa, no Kordofan Ocidental, registaram-se ataques contínuos nos últimos dias.

Agências de auxílio operam sob alto risco, prestando assistência básica a cerca de 1,1 milhão de pessoas na região, mas alertam que necessitam de acesso seguro e sem impedimentos, além de recursos adicionais para ampliar a resposta.

Volker Turk termina sua nota com um apelo aos Estados com influência sobre as partes em conflito para que atuem de imediato no sentido de travar os combates e interromper o fluxo de armas que alimenta a violência.

O chefe de Direitos Humanos da ONU sublinha que a “a passagem segura” para quem foge do horror da fome, da morte e da destruição é essencial e uma “imperativa de direitos humanos.”

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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