No Japão, Guterres reitera apelo de cessar-fogo em Gaza para salvar vidas

O líder das Nações Unidas está no Japão, onde realiza visita oficial. Nesta quinta-feira, António Guterres voltou a pedir um cessar-fogo em Gaza para impedir mais mortes no conflito que começou em outubro de 2023.

Falando a jornalistas em Yokohama, Guterres declarou que a decisão das autoridades israelenses de expandir a “construção ilegal de assentamentos, que dividiria a Cisjordânia, deve ser revertida”.

Preocupação com assentamentos

Ele enfatizou que “toda construção de assentamentos é uma violação do direito internacional”. E que é vital alcançar imediatamente um cessar-fogo em Gaza junto com a libertação incondicional de todos os reféns israelenses, mantidos pelo Hamas desde 7 de outubro de 2023, quando o grupo atacou Israel.

O secretário-geral está no Japão participando da 9ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano, Ticad.

Agosto marca ainda o 80º aniversário dos ataques a bomba às cidades de Hiroshima e Nagasaki,  e o compromisso duradouro do povo japonês com a paz e o desarmamento.

Soluções que o mundo inteiro precisa

Para Guterres, a liderança da nação asiática na cooperação para o desenvolvimento “é mais crucial do que nunca”.

Segundo ele, as discussões na Cúpula da Ticad se concentraram em como a parceria com a África pode fortalecer as soluções que o mundo inteiro precisa, em áreas como paz, governança global, finanças, ação climática e transformação digital.

O líder da ONU pediu por mais diplomacia para acabar com conflitos e aliviar crises humanitárias e finanças globais mais justas, com uma arquitetura financeira que atenda às necessidades dos países mais pobres.

Potencial energético na África

Guterres enfatizou que “a dívida não deve sufocar o desenvolvimento”.

Ao se referir à África, ele lembrou que o continente “tem tudo o que é preciso para se tornar uma superpotência em energias renováveis”, desde energia solar e eólica até os minerais essenciais que alimentam tecnologias limpas.

A região, no entanto,  recebe uma pequena fração do investimento global em energias renováveis. O secretário-geral defendeu mobilização financeira e tecnológica para que a riqueza natural da África beneficie primeiramente os povos africanos.