Nesta terça-feira, a sede da ONU acolheu dezenas de membros da comunidade diplomática e de negócios num dos mais de 70 eventos globais de lançamento do relatório “Um Momento de Oportunidade: Turbinando a Era da Energia Limpa”.
O Brasil foi citado duas vezes na intervenção do secretário-geral, António Guterres. Primeiro, ele lembrou que essa mudança ainda não é rápida ou justa o suficiente em meio a uma crise climática arrasando vidas e meios de subsistência.
Brasil e COP30
O líder da ONU disse que os países da Ocde e a China respondem por 80% da capacidade de energia renovável instalada no mundo. Já o Brasil e a Índia representam quase 10%, enquanto a África apenas 1,5%.
António Guterres pediu ainda que os países façam mais pela aplicação do princípio de responsabilidades
António Guterres pediu ainda que os países façam mais pela aplicação do princípio de responsabilidades comuns nos planos climáticos, que são diferenciados. O discurso realça que países do G20 devem liderar por produzirem 80% das emissões globais.
O secretário-geral sublinhou que antes da COP30 no Brasil, em novembro, eles devem apresentar novos planos. Guterres convidou os líderes a apresentarem suas novas contribuições nacionais, NDCs, em um evento em setembro, durante a Semana de Alto Nível da Assembleia Geral.
A recomendação é que esses planos climáticos cubram todas as emissões, em toda a economia, sejam alinhadas com o limite de 1,5 grau, integrem prioridades de energia, clima e desenvolvimento sustentável em uma visão coerente e cumpram as promessas globais.
Adoção do Acordo de Paris
A análise “Um Momento de Oportunidade: Turbinando a Era da Energia Limpa”
ilustra avanços na década desde a adoção do Acordo de Paris, destacando os benefícios e as ações para acelerar uma transição global.
Para que essa passagem seja justa, o secretário-geral das Nações Unidas sugeriu ações seis frentes pedindo primazia ao compromisso total dos governos com o futuro da energia limpa.
António Guterres defendeu a construção de sistemas energéticos do Século 21
Segundo António Guterres defendeu a construção de sistemas energéticos do Século 21. Em terceiro lugar, ele convocou as autoridades a buscar atender à crescente demanda mundial por energia com energias renováveis.
Em quarto, solicitou justiça na transição energética. A seguir indicou que deve se tornar o comércio numa ferramenta para a transformação energética. E por fim, que sejam canalizados fundos para os países em desenvolvimento.
Urgência de reformas
Várias entidades das Nações Unidas participaram na produção da publicação “Um Momento de Oportunidade: Turbinando a Era da Energia Limpa”. Entre eles a Agência Internacional de Energia, o Fundo Monetário Internacional, FMI, a Agência Internacional de Energia renovável, Irena, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Ocde, e o Banco Mundial.
No discurso que realçou a oportunidade econômica da transição energética, Guterres defendeu a urgência de reformas citando “interesses dos combustíveis fósseis que estão usando disposições como arma para atrasar” essa trajetória, especialmente nos países em desenvolvimento.
O secretário-geral frisou que a era dos combustíveis fósseis segue rumo ao fracasso dando lugar ao “alvorecer de uma nova era energética” de energia barata, limpa e abundante que alimenta um mundo desenvolvido em oportunidades econômicas.
Nessa realidade, ele disse que as nações têm a segurança da autonomia energética e que a dádiva do poder é para todos. Para o líder da ONU, as energias renováveis já quase se igualam aos combustíveis fósseis em capacidade instalada global.
*Eleutério Guevane é redator-sênior da ONU News Português.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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