A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, FAO, lançou seu primeiro Apelo Global de Emergência e Resiliência.

A solicitação de fundos defende uma abordagem mais coerente e urgente diante do aumento da insegurança alimentar aguda, num contexto de recursos humanitários cada vez mais limitados.

Apoio à produção agrícola como resposta

O apelo coloca a assistência agrícola de emergência no centro dos esforços para proteger a produção alimentar e reforçar a resiliência em contextos de crise. A meta é mobilizar US$ 2,5 bilhões para apoiar mais de 100 milhões de pessoas em 54 países e territórios em 2026.

Na 179.ª sessão do Conselho da FAO. O diretor-geral, Qu Dongyu, alertou que a insegurança alimentar aguda triplicou desde 2016, apesar do elevado financiamento humanitário. O chefe da agência ressaltou a necessidade de reforçar a implementação e construção das respostas às crises.

Segundo Qu Dongyu, apoiar os agricultores a manter a produção é essencial para garantir a disponibilidade de alimentos, estabilizar as comunidades e criar um caminho real para a resiliência.

O representante acrescentou que os jovens em contextos de crise pedem oportunidades e não apoios permanentes, e que este pedido de doações responde a essa exigência.

Em Cabo Verde, um agricultor recebe formação especializada no âmbito do Programa de Cooperação Sul-Sul da FAO-China

Soluções que reduzem necessidades

A FAO enfatiza que as crises alimentares prolongadas não podem ser resolvidas apenas com ajuda de curto prazo. Atualmente, cerca de 90% dos recursos humanitários são aplicados em emergências de longa duração, enquanto a fome continua a aumentar.

Cerca de 80% das pessoas em situação de insegurança alimentar aguda vivem em zonas rurais e dependem da agricultura, mas apenas 5% do financiamento humanitário para o setor alimentar é destinado aos meios de subsistência agrícolas.

O reforço da produção local melhora a disponibilidade de alimentos, apoia os mercados, cria empregos e estabiliza comunidades, sobretudo em países como Sudão, Sudão do Sul, Afeganistão e República Democrática do Congo.

A FAO destaca ainda a importância de ações antecipatórias, como a distribuição de sementes, vacinação do gado, reabilitação de infraestruturas, fornecimento de ferramentas, assistência em dinheiro e apoio aos mercados, medidas consideradas altamente custo-eficazes.

O que será financiado pelo apelo

Do total solicitado, US$ 1,5 bilhões destinam-se a intervenções de emergência para 60 milhões de pessoas. Os meios incluem sementes, ferramentas, campanhas de saúde animal, recuperação de meios de subsistência e assistência monetária.

Outro US$ 1 bilhão será aplicado em programas de resiliência para 43 milhões de pessoas, focados em soluções agroalimentares, infraestruturas hídricas, acesso aos mercados e restauração dos sistemas alimentares.

Estão ainda previstos US$70 milhões para serviços globais, como sistemas de monitorização, ação antecipatória e coordenação humanitária.

Juliana caminha pelo seu jardim, onde um sistema de irrigação movido a energia solar e o treinamento em uma Escola de Campo para Agricultores da FAO a ajudaram a diversificar as plantações, melhorar a fertilidade do solo e garantir que sua família tenha segurança alimentar o ano todo

Distribuição regional de apoio

Em termos regionais, Ásia e Pacífico receberá US$ 521,6 milhões para apoiar 30,5 milhões de pessoas, em países como Afeganistão e Timor-Leste.

O Médio Oriente e Norte de África terão US$ 519,1 milhões para 29,2 milhões de pessoas. A África Oriental contará com US$ 471,6 milhões para 18,4 milhões de beneficiários.

Países como Guiné-Bissau e Senegal, na África Ocidental e Central, receberão US$ 593,4 milhões, destinados a 17,7 milhões de pessoas. A África Austral terá US$ 179,6 milhões para 5,3 milhões, onde Moçambique está incluído.

Compromisso de liderança

Por fim, na América Latina e Caribe estão previstos US$111,9 milhões para 1,3 milhões de pessoas, enquanto a Europa contará com US$64,7 milhões para apoiar 358.713 pessoas na Ucrânia.

A FAO destaca que este apelo representa um compromisso de liderança para proteger a produção alimentar e reduzir as necessidades humanitárias futuras através de soluções comprovadas.

Segundo o diretor-geral, o objetivo é garantir que cada contribuição tenha o maior impacto possível junto das comunidades mais vulneráveis.

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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