Um novo estudo do Banco Mundial sobre o Nordeste brasileiro defende investimentos em três setores para reduzir a pobreza e promover crescimento econômico sustentável: geração de empregos, melhoria do ambiente de negócios e infraestrutura.
Além disso, a pesquisa traz recomendações para a região se tornar menos dependente da agricultura e aumentar a produtividade em setores urbanos, incluindo manufatura e serviços. A economista Karen Muramatsu, do Banco Mundial, explica o motivo dessa ênfase.
Ambiente de negócios limita o crescimento de empresas no Nordeste, segundo relatório do Banco Mundial
Região mais populosa do Brasil
“Olhando para o crescimento da região nas últimas décadas, podemos observar que o setor da agricultura tem sido o grande impulsionador do crescimento da região, com a produtividade subindo e se aproximando a daquelas das outras regiões mais produtivas. Porém, para um maior crescimento agregado na economia nordestina, precisa-se complementar com um aumento de produtividade no setor manufatureiro e de serviços também, assim como no resto do Brasil. Pois é nestes setores urbanos onde trabalha a maior parte da população. Vale lembrar que o Nordeste é a segunda região mais populosa do Brasil, com cerca de 54 milhões de habitantes, e uma das mais jovens do país.”
Oitenta por cento da população do Nordeste está em idade economicamente ativa. Por isso, a região oferece um dos maiores e mais dinâmicos contingentes de trabalhadores do Brasil.
Para aproveitar esse potencial, o estudo propõe expandir a oferta de capacitação e aprimorar os sistemas de intermediação de mão de obra. Assim, será possível reduzir as taxas de desemprego e informalidade da região, que, entre 2012 e 2022, foram superiores às de outras regiões do Brasil.
Outra recomendação é criar políticas direcionadas para apoiar mulheres e grupos marginalizados, tornando o mercado de trabalho mais inclusivo. Hoje, a taxa de participação feminina na força de trabalho do Nordeste é de apenas 41%, em comparação a 52% no restante do país.
Ambiente de negócios
Karen Muramatsu comenta que o ambiente de negócios do Nordeste precisa de mais concorrência e inovação
“Outro fator limitante é a falta de dinamismo empresarial, poucas novas empresas sendo criadas, e empresas pequenas não crescendo. Isso acaba afetando a geração de empregos produtivos”.
Para mudar esse cenário, será importante simplificar a abertura de negócios e reduzir a dependência de subsídios fiscais. Os procedimentos atuais para criação de empresas levam em média 15 dias, cerca de três dias a mais do que no Sudeste.
Dos 54 milhões de habitantes do Nordeste, 80% estão em idade economicamente ativa.
Desafios da infraestrutura
Finalmente, o estudo analisa oportunidades e gargalos da infraestrutura do Nordeste. A região impulsiona a transição energética do país, produzindo 91% da energia eólica nacional e 42% da solar. Isso faz com que o Nordeste tenha condições de promover um crescimento industrial mais rápido e sustentável e aproveitar tecnologias emergentes, como o hidrogênio verde.
A região precisa de quase US$ 102 bilhões em investimentos em infraestrutura até 2030, ou o equivalente a 47% do seu PIB, para atingir metas básicas de desenvolvimento.
A fim de financiar e viabilizar grandes projetos, o relatório incentiva atrair a participação do setor privado por meio de parcerias bem desenhadas com o setor público.
*Mariana Ceratti é correspondente da ONU News no Banco Mundial Brasil.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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