A Índia acolhe a Segunda Cimeira Global sobre Medicina Tradicional desde esta quarta-feira em Nova Deli. O evento é promovido pela Organização Mundial da Saúde, OMS, em parceria com o governo indiano.
Um dos maiores destaques será o anúncio de iniciativas científicas e novos compromissos destinados a avançar a implementação da Estratégia Global 2025-2034.
Importância global da medicina tradicional
As metas estão centradas em evidência mais forte, melhor regulação, integração nos sistemas de saúde, colaboração e envolvimento comunitário.
A medicina tradicional engloba sistemas codificados e não codificados que antecedem a biomedicina e continuam a evoluir para uso contemporâneo.
Segundo dados da agência da ONU, quase 90% dos Estados-membros da OMS, 170 em 194, reportam que entre 40% e 90% das suas populações utilizam medicina tradicional.
Para muitas comunidades, esta forma de medicina continua a ser a principal forma de acesso a cuidados de saúde, por ser localmente acessível, economicamente viável e culturalmente adequada.
Preparação de receitas de ervas em uma clínica de medicina tradicional chinesa em Simao, província de Yunnan, China
Conhecimento tradicional e ciência
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, reiterou o compromisso da agência em combinar o conhecimento tradicional com a ciência e a tecnologia modernas para promover soluções de saúde mais seguras e sustentáveis.
Num contexto de pressão crescente sobre os sistemas de saúde, a OMS indica que quase metade da população mundial não tem acesso a serviços de saúde essenciais, enquanto mais de 2 bilhões de pessoas enfrentam dificuldades financeiras para aceder a cuidados de saúde.
A integração da medicina tradicional nos sistemas nacionais de saúde é apresentada como um elemento-chave para expandir o acesso a cuidados acessíveis e centrados nas pessoas, apoiando a cobertura universal de saúde.
Inovação, investimento e sustentabilidade
A OMS ressalta que evidência emergente sugere que esta integração pode gerar eficiências de custos e melhorar resultados de saúde, com especial enfoque na prevenção e promoção da saúde.
A agência da ONU sublinhou ainda a necessidade de normas científicas rigorosas, mecanismos regulatórios sólidos e colaboração internacional.
A medicina tradicional sustenta indústrias globais em rápido crescimento, como a dos medicamentos à base de plantas, sendo que mais de metade dos fármacos biomédicos têm origem em recursos naturais.
A OMS destaca que os povos indígenas protegem cerca de 40% da biodiversidade mundial, apesar de representarem apenas 6% da população global. Por isso é essencial a consideração dos seus direitos, da partilha de benefícios e da sustentabilidade ambiental.
Para colmatar lacunas de conhecimento e investigação, a OMS anunciou o lançamento da Biblioteca Global de Medicina Tradicional, que reúne mais de 1,6 milhões de registos científicos sobre investigação, políticas e regulamentação nesta área.
Parlamento em Nova Deli, Índia. Cidade recebe a Segunda Cimeira Global sobre Medicina Tradicional
Compromissos globais e próximos passos
Desenvolvida em resposta a apelos de chefes de Estado no âmbito do G20 e dos Brics em 2023, a Biblioteca Global visa facilitar o acesso equitativo a conteúdos científicos, especialmente para instituições de países de baixo rendimento. Outra meta é apoiar a proteção da propriedade intelectual e o reforço da capacidade científica.
A expectativa é que a reunião, que acontece entre 17 e 19 de dezembro, traga novos compromissos por parte de governos e outros intervenientes, bem como o lançamento de um apelo à criação de um “consórcio global” para acelerar a implementação da Estratégia Global da OMS para a Medicina Tradicional.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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