O bloqueio da entrada de ajuda humanitária em Gaza completou dois meses, com todos os pontos de passagem fechados pelas autoridades israelenses.
A decisão após o fim do cessar-fogo desencadeou o “pior cenário”, segundo o Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha.
Sem reservas de sangue
Falando da Cidade de Gaza, a porta-voz da agência, Olga Cherevko, disse a jornalistas que os estoques de alimentos estão praticamente esgotados e o acesso à água se tornou impossível. Além disso, os hospitais estão ficando sem reservas de sangue.
Ela contou que vê todos os dias “crianças e idosos revirando pilhas de lixo” em busca de comida e de materiais para queimar, pois não há combustível para cozinhar.
Olga Cherevko relatou que uma amiga dela viu pessoas em chamas por conta de explosões e não havia água para salvá-las.
Tentativas de acabar com bloqueio
O Patient Friends Hospital, um hospital pediátrico na Cidade de Gaza, foi atacado várias vezes durante a guerra. Gaza está cada vez mais perto de ficar sem nenhuma energia.
Segundo a porta-voz, os agentes humanitários da ONU estão “em contato constante” com as autoridades israelenses e defendem a reabertura das travessias de fronteira.
Olga Cherevko ressaltou que as Nações Unidas têm mecanismos que mitigam o desvio de itens e garantem que a ajuda chegue às pessoas que precisam.
Em um apelo às autoridades israelenses, na quinta-feira, o subsecretário-geral da ONU de Ajuda Humanitária, Tom Fletcher, pediu o fim deste “bloqueio brutal” para que os profissionais humanitários salvem vidas.
Os casos de desnutrição entre crianças em Gaza estão a aumentar devido à falta de alimentos
Fugindo somente com a roupa do corpo
Fletcher reafirmou a necessidade urgente da libertação dos reféns feitos pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que “nunca deveriam ter sido tirados de suas famílias” e enfatizou que “a ajuda, e as vidas civis que ela salva, nunca deveriam ser uma moeda de troca”.
Olga Cherevko disse que, no último mês e meio, 420 mil pessoas foram, mais uma vez, forçadas a fugir e “muitas delas apenas com a roupa do corpo, alvejadas ao longo do caminho, chegando em abrigos superlotados, enquanto tendas e outras instalações estão sendo bombardeadas”.
Morte de jornalistas palestinos em ritmo “alarmante”
O Escritório de Direitos Humanos da ONU nos Territórios Palestinos marca o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, neste sábado, lembrando a realidade “sombria” de jornalistas mortos ou feridos em um “ritmo alarmante, com impunidade”.
O órgão verificou de forma independente o assassinato de 211 jornalistas em Gaza, desde 7 de outubro de 2023, incluindo 28 mulheres. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, pelo menos 47 jornalistas perderam a vida em serviço.
A nota do Escritório de Direitos Humanos ressalta que os militares israelenses se recusam a permitir a entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza, desde 7 de outubro de 2023, exceto para visitas limitadas controladas pelo Exército.
O comunicado adiciona que detenções, ameaças, maus-tratos e violência sexual contra jornalistas palestinos se enquadram em um padrão mais amplo de intimidação e difamação.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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