O vice-diretor-gerente do FMI, Bo Li, participou do Primeiro Fórum do Banco Europeu de Investimento, EIB, realizado em Luxemburgo, no fim de fevereiro.

O evento debateu os desafios da mudança climática e do financiamento para mitigar o problema em mercados emergentes e economias em desenvolvimento.

UNDP Mauritius/Stéphane Bellero

Usina termelétrica em Port Louis, Maurício, está contribuindo para as emissões de gases de efeito estufa na ilha do Oceano Índico.

Transição com energia eólica e solar

Segundo Li, 2023 será mais um ano difícil na economia global. De acordo com o Panorama Econômica Mundial do FMI, o crescimento global deve cair de 3,4%, registrado no ano passado, para 2,9%.

E na zona do euro, a queda será ainda mais pronunciada. De 3,5% em 2022 para 0,7% com uma expectativa modesta de 1,6% em 2024.

E quando o tema é segurança energética, o Fundo espera que as preocupações permaneçam na Europa.

Por isso, é importante que o mundo realize a chamada transição para a economia verde, abandonando os combustíveis fósseis a favor de fontes renováveis de energia como a energia eólica e solar.

O vice-chefe do FMI lembra que as ondas de calor na Europa e os incêndios florestais na América do Norte são um forte sinal de que é preciso fazer mais. Ele citou ainda as secas na África e as enchentes na Ásia, todos sinais do desastre climáticos nos cinco continentes.

Conta chega a trilhões de dólares anuais

E sem uma redução drástica das emissões de dióxido de carbono, a situação só deve piorar.

Bo Li afirma que é preciso cortar as emissões de 25% a 50% até 2030, se comparado aos níveis de 2019 para conter a subida da temperatura entre 1.5º C a 2º C.

Pela análise do FMI, as metas atuais mostram que apenas 11% seriam produzidos, ou menos de metade do mínimo de corte necessário.

Para Bo Li, o financiamento para alcançar os objetivos de adaptação e mitigação está na casa dos trilhões de dólares anuais até 2050.

Mas até o momento, apenas US$ 630 bilhões por ano foram garantidos. E deste total, apenas uma fração vai para os países em desenvolvimento.

Para o Fundo Monetário Internacional é preciso focar em políticas que possam redirecionar os fluxos de investimento de projetos altos em carbono para oportunidades mais apropriadas ao meio ambiente.

Fazenda de turbinas eólicas em Ontário, Canadá.

Reformas necessárias

A segunda prioridade é criar capacidade, as condições para se chegar às metas. Uma delas é fortalecer o gerenciamento público-financeiro sobre os projetos do clima para legisladores que possam implementar as reformas necessárias.

O mundo ainda enfrenta uma escassez grande de dados de qualidade e de confiança que estejam harmonizados com os padrões para alinhar os investimentos aos objetivos do clima. Um outro ponto são infraestruturas financeiras que possam catalisar programas de assistência para apoiar a criação de novos mercados para o financiamento do clima, além de facilitar a adoção desses princípios e as melhores práticas internacionais em mercados emergentes.

E por último, Bo Li propõe mecanismos financeiros inovadores para retirar instrumentos de risco e gerar uma base de investidores mais ampla.

Projetos do clima

Para ele, vencer essas barreiras é uma questão de mudança de mentalidade tanto do setor público como do privado, além de instituições multilaterais que possam renovar a arquitetura financeira para que mais financiamento privado seja atraído para os projetos do clima.

O vice-chefe do FMI vê as sinergias entre os setores público e privado como chaves para o sucesso dessa estratégia.

Uma das propostas são os títulos verdes que podem abrir recursos vastos de investidores internacionais e que utilizem recursos públicos limitados. 

Para o órgão, uma mistura de finanças pode ter um papel importante para arrebanhar investidores públicos e privados.

G20

Bo Li conta que o combate à mudança climática está no coração da agenda de trabalho do FMI.

Em parceria com o Banco Mundial, a Ocde e outros parceiros, o Fundo está desenvolvendo um conjunto de diretrizes sobre os princípios de alto nível do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo que inclui o Brasil.

Para ele, se o mundo não conseguir atender as necessidades de financiamento dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento será impossível alcançar os objetivos do Acordo de Paris de combate à mudança climática.

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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